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Abstract
Neste artigo a intenção é fazer um mapa das descontinuidades/ continuidades que estruturam as relações entre os agricultores familiares beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF) e o Estado produtor e gerenciador desse programa e do próprio sistema simbólico-normativo do qual ele faz parte. Para a elaboração desse mapa serão considerados os modos como o agricultor, ao apropriar-se do PBF, transforma-se em “beneficiário” e refaz, na relação com o sistema simbólico-normativo, as tramas do que constitui a sua vida ordinária, envolvendo estruturas de hábitos, de sociabilidades e modos de produzir territórios. No trabalho, o olhar do pesquisador se concentrou, primeiramente, na unidade familiar, âmbito no qual as relações de gênero e gerações se revelam de formas mais densas; mas ampliou-se acompanhando os trajetos dos membros das famílias (mulheres e homens, pais e filhos, adultos, jovens e crianças) na produção de bens e territórios. Para a produção das informações, se os documentos e bancos de dados oriundos do Estado forneceram pistas, a imersão no universo das famílias qualificou as informações. Com base nos resultados do estudo é possível dimensionar o tamanho da ação de "destruição criativa" do Estado - produtor/operador do sistema simbólico-normativo - na agricultura familiar do Semiárido da Bahia, além do novo lugar desse agricultor, redimensionando, inclusive, a própria fronteira na produção do social/humano.