{"title":"Caracterização preliminar do comércio ilegal de animais silvestres na Feira Livre do Bairro da Liberdade, Manacapuru, Estado do Amazonas, Brasil","authors":"L. C. S. Alves, A. Andriolo","doi":"10.13102/scb7968","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Sabe-se que a caça e a pesca fornecem a maior parte da proteína presente na dieta das populações amazônicas, e que com o subdesenvolvimento existente na maioria dessas comunidades a caça de subsistência geralmente passa a ser predatória, fomentando assim atividades ilegais de comércio de animais e seus produtos. O objetivo do presente estudo foi registrar e quantificar o comércio ilegal de animais silvestres na Feira Livre do Bairro da Liberdade, em Manacapuru, Estado do Amazonas. Para isso foi realizado nesse local um censo diário entre 20 e 22 de abril de 2009. No último dia de amostragem, após a realização do censo, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os proprietários dos três estandes onde a venda ilegal foi registrada. Durante os censos foram registradas a venda ilegal de cinco espécies de mamíferos, sendo elas o peixe-boi (Trichechus inunguis), a anta (Tapirus terrestris), o veado (Mazama sp.), a paca (Cuniculus paca) e a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), além de uma espécie de testudines (tracajá, Podocnemis unifilis) e uma de peixe ilegalmente comercializada na região (pirarucu, Arapaima gigas). Os entrevistados citaram diversos outros animais, sendo os mesmos comercializados mortos para serem geralmente utilizados como alimento (porcos-do-mato, cutias, macacos, tatus, tartarugas, jacarés, além de mutuns, jacus, papagaios e outras aves) e vivos (ariranha, Pteronura brasiliensis, papagaios e macacos). Os resultados apresentados neste estudo enfatizam a necessidade de uma maior fiscalização do comércio ilegal de animais silvestres na cidade de Manacapuru e região por agências ambientais do governo. É urgentemente necessário que seja implementado um programa de educação ambiental, que irá contribuir para que o desenvolvimento sustentável seja alcançado na região.","PeriodicalId":123589,"journal":{"name":"SITIENTIBUS série Ciências Biológicas","volume":"144 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2010-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"SITIENTIBUS série Ciências Biológicas","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.13102/scb7968","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 1
Abstract
Sabe-se que a caça e a pesca fornecem a maior parte da proteína presente na dieta das populações amazônicas, e que com o subdesenvolvimento existente na maioria dessas comunidades a caça de subsistência geralmente passa a ser predatória, fomentando assim atividades ilegais de comércio de animais e seus produtos. O objetivo do presente estudo foi registrar e quantificar o comércio ilegal de animais silvestres na Feira Livre do Bairro da Liberdade, em Manacapuru, Estado do Amazonas. Para isso foi realizado nesse local um censo diário entre 20 e 22 de abril de 2009. No último dia de amostragem, após a realização do censo, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os proprietários dos três estandes onde a venda ilegal foi registrada. Durante os censos foram registradas a venda ilegal de cinco espécies de mamíferos, sendo elas o peixe-boi (Trichechus inunguis), a anta (Tapirus terrestris), o veado (Mazama sp.), a paca (Cuniculus paca) e a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), além de uma espécie de testudines (tracajá, Podocnemis unifilis) e uma de peixe ilegalmente comercializada na região (pirarucu, Arapaima gigas). Os entrevistados citaram diversos outros animais, sendo os mesmos comercializados mortos para serem geralmente utilizados como alimento (porcos-do-mato, cutias, macacos, tatus, tartarugas, jacarés, além de mutuns, jacus, papagaios e outras aves) e vivos (ariranha, Pteronura brasiliensis, papagaios e macacos). Os resultados apresentados neste estudo enfatizam a necessidade de uma maior fiscalização do comércio ilegal de animais silvestres na cidade de Manacapuru e região por agências ambientais do governo. É urgentemente necessário que seja implementado um programa de educação ambiental, que irá contribuir para que o desenvolvimento sustentável seja alcançado na região.