{"title":"Ontologia e objetividade em Feuerbach e Marx","authors":"V. Bezerra","doi":"10.36638/1981061X.2018.24.2/76-99","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente trabalho busca rastrear em alguns escritos de L. Feuerbach os lineamentos de uma ontologia materialista do ser objetivo e seu papel correspondente e capital no pensamento de Marx. Ler em Marx uma obra de corte ontologico, a maneira de Lukacs, e um tal movimento de apreensao do talhe materialista-ontologico em Feuerbach indica que este nao apenas tem como traco uma antropologia filosofica, efetivamente enunciada em sua aguda critica a religiao, que seria entao superada rumo a uma ontologia por Marx, mas que ha ja no autor d’A essencia do cristianismo um primado ontologico do ser objetivo indelevel, resguardado e aperfeicoado por Marx em sua critica a Feuerbach no que concerne as determinacoes presentes na relacao entre natureza e sociedade. Neste esforco, a analise se concentra na leitura imanente de alguns escritos feuerbachianos produzidos sobretudo entre 1839 e 1843 – a saber, Para a critica da filosofia de Hegel (1839), A essencia do cristianismo (1841), Necessidade de uma reforma da filosofia (1842), Teses provisorias para a reforma da filosofia (1842) e Principios da filosofia do futuro (1843) – e de Marx, especialmente os Manuscritos economico-filosoficos (1844). E possivel notar no pensamento de Feuerbach um movimento pendular entre a assercao de uma percuciente objetividade materialista do ser e uma primazia assoberbada da consciencia e da essencia humana. Ambivalencia que, ao final, poe enormes dificuldades a captura da objetividade em sua forma mais complexa de ser, o ser social. \nDOI - http://www.doi.org/10.36638/1981061X.2018.24.2/76-99","PeriodicalId":429989,"journal":{"name":"Verinotio – Revista on-line de Filosofia e Ciências Humanas","volume":"57 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Verinotio – Revista on-line de Filosofia e Ciências Humanas","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.36638/1981061X.2018.24.2/76-99","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O presente trabalho busca rastrear em alguns escritos de L. Feuerbach os lineamentos de uma ontologia materialista do ser objetivo e seu papel correspondente e capital no pensamento de Marx. Ler em Marx uma obra de corte ontologico, a maneira de Lukacs, e um tal movimento de apreensao do talhe materialista-ontologico em Feuerbach indica que este nao apenas tem como traco uma antropologia filosofica, efetivamente enunciada em sua aguda critica a religiao, que seria entao superada rumo a uma ontologia por Marx, mas que ha ja no autor d’A essencia do cristianismo um primado ontologico do ser objetivo indelevel, resguardado e aperfeicoado por Marx em sua critica a Feuerbach no que concerne as determinacoes presentes na relacao entre natureza e sociedade. Neste esforco, a analise se concentra na leitura imanente de alguns escritos feuerbachianos produzidos sobretudo entre 1839 e 1843 – a saber, Para a critica da filosofia de Hegel (1839), A essencia do cristianismo (1841), Necessidade de uma reforma da filosofia (1842), Teses provisorias para a reforma da filosofia (1842) e Principios da filosofia do futuro (1843) – e de Marx, especialmente os Manuscritos economico-filosoficos (1844). E possivel notar no pensamento de Feuerbach um movimento pendular entre a assercao de uma percuciente objetividade materialista do ser e uma primazia assoberbada da consciencia e da essencia humana. Ambivalencia que, ao final, poe enormes dificuldades a captura da objetividade em sua forma mais complexa de ser, o ser social.
DOI - http://www.doi.org/10.36638/1981061X.2018.24.2/76-99