{"title":"Índice de governança corporativa e desempenho de mercado: evidências no mercado acionário brasileiro","authors":"J. Ribeiro, Antônio Artur de Souza","doi":"10.1590/1808-057x20231756.pt","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"RESUMO Este estudo teve por objetivo construir um índice de governança corporativa para empresas brasileiras com ações negociadas pela Brasil, Bolsa, Balcão (B3) para avaliar o efeito das melhores práticas de governança em seu desempenho de mercado, entre os anos de 2010 e 2020. Apesar dos diferentes índices de governança criados para as empresas brasileiras, grande parte dos estudos empíricos empregaram proxies a partir dos Níveis Diferenciados de Governança Corporativa (NDGC) da B3. Esse cenário se deve, principalmente, à dificuldade de coleta de dados e operacionalização desses índices. Este artigo propõe um índice de governança corporativa de simples operacionalização e, logo, mais acessível quando comparado aos demais índices documentados pela literatura. A criação de um índice eficaz na avaliação da qualidade da governança corporativa das empresas brasileiras é imprescindível, dado que a influência que a governança exerce nas decisões financeiras dessas empresas é maior em países com fraca proteção legal aos investidores, como o Brasil. Os investidores compreendem que as empresas bem governadas são menos arriscadas e têm, portanto, maiores chances de recuperar seus investimentos. Assim, o índice proposto se destaca como um importante instrumento de avaliação financeira. O índice de governança proposto foi amparado em estudos anteriores que indicam os mecanismos mais eficientes na redução dos problemas de agência. Como medidas de desempenho de mercado, empregou-se o Q de Tobin e o Valor da Firma. Por fim, a análise foi realizada via modelos dos mínimos quadrados ordinários (MQO), dados em painel e modelos de regressão por meio da abordagem de variáveis instrumentais. O índice proposto se mostrou uma boa medida de governança, dado os resultados unânimes entre os modelos. Em todas as estimações, a relação entre governança corporativa e o desempenho de mercado foi positiva, atestando a confiança do mercado associada à qualidade da governança corporativa expressa pelo índice.","PeriodicalId":251378,"journal":{"name":"Revista Contabilidade & Finanças","volume":"12 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Contabilidade & Finanças","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1808-057x20231756.pt","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
RESUMO Este estudo teve por objetivo construir um índice de governança corporativa para empresas brasileiras com ações negociadas pela Brasil, Bolsa, Balcão (B3) para avaliar o efeito das melhores práticas de governança em seu desempenho de mercado, entre os anos de 2010 e 2020. Apesar dos diferentes índices de governança criados para as empresas brasileiras, grande parte dos estudos empíricos empregaram proxies a partir dos Níveis Diferenciados de Governança Corporativa (NDGC) da B3. Esse cenário se deve, principalmente, à dificuldade de coleta de dados e operacionalização desses índices. Este artigo propõe um índice de governança corporativa de simples operacionalização e, logo, mais acessível quando comparado aos demais índices documentados pela literatura. A criação de um índice eficaz na avaliação da qualidade da governança corporativa das empresas brasileiras é imprescindível, dado que a influência que a governança exerce nas decisões financeiras dessas empresas é maior em países com fraca proteção legal aos investidores, como o Brasil. Os investidores compreendem que as empresas bem governadas são menos arriscadas e têm, portanto, maiores chances de recuperar seus investimentos. Assim, o índice proposto se destaca como um importante instrumento de avaliação financeira. O índice de governança proposto foi amparado em estudos anteriores que indicam os mecanismos mais eficientes na redução dos problemas de agência. Como medidas de desempenho de mercado, empregou-se o Q de Tobin e o Valor da Firma. Por fim, a análise foi realizada via modelos dos mínimos quadrados ordinários (MQO), dados em painel e modelos de regressão por meio da abordagem de variáveis instrumentais. O índice proposto se mostrou uma boa medida de governança, dado os resultados unânimes entre os modelos. Em todas as estimações, a relação entre governança corporativa e o desempenho de mercado foi positiva, atestando a confiança do mercado associada à qualidade da governança corporativa expressa pelo índice.