Camilla Soueneta Nascimento Nganga, Silvia Pereira de Castro Casa Nova, Sandra Maria Chemin Seabra da Silva, João Paulo Resende de Lima
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Abstract
RESUMO Objetivo: o presente artigo busca problematizar as experiências na pós-graduação e o work-life conflict na vida de doutorandas em ciências contábeis no Brasil. Marco teórico: o presente trabalho se apoia em teorias feministas que discutem o papel social imposto à mulher por meio da divisão sexual do trabalho e como tal papel social se relaciona na busca do equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Método: foi adotado o construcionismo, como vertente epistemológica, e o pós-estruturalismo feminista como perspectiva teórica. Para construção do corpus de pesquisa foram realizadas entrevistas em profundidade, analisadas pela técnica de template analysis, com a construção de códigos ordenados, de acordo com as características da pesquisa e a intenção das pesquisadoras. Resultados: devido ao fato de a estrutura acadêmica replicar a divisão sexual do trabalho encontrada na sociedade, foram encontradas dicotomias impostas como ‘abandono ou adiamento’ da vida pessoal em detrimento da vida acadêmica, principalmente por questões relacionadas à maternidade e às altas cobranças dos programas de pós-graduação. Conclusões: como resultado, conclui-se que as doutorandas desempenham diversos papéis sociais tradicionalmente atribuídos às mulheres. Para tanto, relegam a vida pessoal, tomando a decisão de postergar casamento e maternidade ou a entrada no doutorado. Assim, consideradas tanto as relações pessoais construídas com pares e professores quanto o ambiente institucional acadêmico, a academia ainda precisa avançar para contemplar a trajetória de mulheres, de forma que as difíceis escolhas não recaiam sobre elas. O presente trabalho contribui para a literatura ao lançar olhares e reflexões específicas da academia contábil do Brasil.