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Abstract
Resultantes da ocupacao e construcao sem licenca em terrenos publicos e/ou privados, os bairros autoproduzidos, nao reconhecidos legalmente pelo poder publico, tendem a ser reduzidos as suas falhas e carencias, espelhadas nas designacoes que lhes sao geralmente atribuidas, como “bairros de barracas” ou “bairros precarios”. Por sua vez, este sentido negativo e pejorativo acaba por influenciar ou determinar a forma como tecnicos e decisores politicos leem estes territorios, tendendo-se a preconizar a demolicao do tecido urbano existente, distante dos parâmetros e da imagem de cidade hegemonicos. Tomando como caso de estudo o bairro da Cova da Moura, na Amadora, convocamos os conceitos de “lugar” e de “direito ao lugar” para explorar diferentes leituras e percecoes sobre este territorio, cruzando duas perspetivas – uma mais antropologica e outra socio-urbanistica –, num dialogo entre as dinâmicas e aspiracoes locais e as politicas e instrumentos de intervencao propostos ao longo do tempo. Face a existencia de uma realidade local plural e negociada, propoe-se um novo olhar sociopolitico sobre a mesma, inscrito na luta pelo direito ao lugar aqui em destaque.