Jefferson Santos Fernandes, Santiago Andrade Vasconcelos
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Abstract
A saúde no Brasil tem experimentado mudanças significativas com a implantação do Sistema Único de Saúde. Uma das principais políticas de cuidado à saúde da população tem sido, neste contexto, a Estratégia Saúde da Família, cujo trabalho é organizado por uma equipe multiprofissional responsável por uma população em um território-alvo. O modo como este território é definido, no entanto, é aqui problematizado. Partimos da hipótese de que o processo de territorialização da ESF tem se pautado em processos político-burocráticos, atendendo a exigências de órgãos e instituições que desconsideram a dinâmica do território. Neste trabalho analisamos a territorialização da ESF na cidade de Aurora, sul do estado do Ceará. Para alcançar nossos objetivos realizamos pesquisa bibliográfica e documental, bem como entrevistas com atores-chave. O estudo apontou que a territorialização baseou-se na contagem de famílias pelos Agentes Comunitários de Saúde, sendo este o elemento condicionante para a demarcação geográfica dos serviços. Tal prática evidencia um reducionismo na concepção de território e territorialidade no SUS. Acreditamos que a participação da comunidade é um aspecto essencial para um melhor planejamento territorial em saúde, a partir do reconhecimento das formas geográficas e os usos do território pelos sujeitos que o constituem e o transformam.