{"title":"Enunciações e corpos que importam","authors":"Jacob dos Santos Biziak","doi":"10.20396/RESGATE.V27I1.8654913","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo propõe uma leitura de A hora da estrela, de Clarice Lispector, a partir, principalmente, do conceito de enunciação para a análise do discurso, orientada pelas obras de Michel Pêcheux e Eduardo Guimarães. Entendendo a enunciação com base em um sujeito discursivo e não em um empírico que transmitiria uma experiência sua, compreendemos que ela funciona afetada pela ideologia e pela história. Sendo assim, a enunciação, como prática discursiva, não estabelece relação direta com “a realidade”, ainda que funcione como se fosse transparente. Problematizando esta ilusão referencial que afeta o sujeito e a enunciação, analisamos a novela de Lispector para continuarmos pensando o político, que faz funcionar a linguagem – portanto, o simbólico – na narrativa, pensando como o corpo da personagem central, Macabéa, é elaborado pelo enunciador em relação ao espaço urbano e ao imaginário social nos procedimentos de significação.","PeriodicalId":425350,"journal":{"name":"Resgate: Revista Interdisciplinar de Cultura","volume":"146 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-06-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Resgate: Revista Interdisciplinar de Cultura","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20396/RESGATE.V27I1.8654913","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo propõe uma leitura de A hora da estrela, de Clarice Lispector, a partir, principalmente, do conceito de enunciação para a análise do discurso, orientada pelas obras de Michel Pêcheux e Eduardo Guimarães. Entendendo a enunciação com base em um sujeito discursivo e não em um empírico que transmitiria uma experiência sua, compreendemos que ela funciona afetada pela ideologia e pela história. Sendo assim, a enunciação, como prática discursiva, não estabelece relação direta com “a realidade”, ainda que funcione como se fosse transparente. Problematizando esta ilusão referencial que afeta o sujeito e a enunciação, analisamos a novela de Lispector para continuarmos pensando o político, que faz funcionar a linguagem – portanto, o simbólico – na narrativa, pensando como o corpo da personagem central, Macabéa, é elaborado pelo enunciador em relação ao espaço urbano e ao imaginário social nos procedimentos de significação.