{"title":"De “o nome e o como” para “o nome além do como”: estudo de trajetórias e práticas de nominação","authors":"N. Camilo","doi":"10.25247/HU.2016.V3N6.P363-374","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O advento da microanálise apontou para a necessidade de um método adequado para a correta identificação dos sujeitos envolvidos na trajetória a ser reconstituída. Com essa finalidade Ginzburg propôs o método onomástico, que utiliza o nome como fio condutor da investigação. Os nomes, porém, não se restringem a identificar os indivíduos dentro de um grupo. Os processos de atribuição, transmissão e utilização dos nomes são práticas com caráter significativo e também possuem fins de classificação social. Partindo dessa premissa, nossa proposta é apresentar possibilidades de aplicação do estudo de trajetórias familiares para a análise das práticas de nominação, utilizando-se do caso de uma família residente na freguesia Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre entre o final do século XVIII e o início do século XIX. Partindo de constatações obtidas a partir de apreciação quantitativa de estoque e origem de prenomes, segundos nomes e sobrenomes, uma abordagem qualitativa permitiu melhor compreensão acerca das possíveis motivações e implicações decorrentes da escolha dos nomes, bem como da constituição e do uso do nome ao longo de uma existência. O caso pesquisado reitera a noção do nome como um patrimônio imaterial familiar a ser manejado conforme os interesses e as possibilidades disponíveis em uma sociedade hierarquizada. Práticas que envolviam vários fatores, como afirmação de pertencimento social e familiar, consolidação de relações de compadrio e processos de mobilidade social.","PeriodicalId":117088,"journal":{"name":"HISTÓRIA UNICAP","volume":"84 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2016-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"HISTÓRIA UNICAP","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.25247/HU.2016.V3N6.P363-374","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O advento da microanálise apontou para a necessidade de um método adequado para a correta identificação dos sujeitos envolvidos na trajetória a ser reconstituída. Com essa finalidade Ginzburg propôs o método onomástico, que utiliza o nome como fio condutor da investigação. Os nomes, porém, não se restringem a identificar os indivíduos dentro de um grupo. Os processos de atribuição, transmissão e utilização dos nomes são práticas com caráter significativo e também possuem fins de classificação social. Partindo dessa premissa, nossa proposta é apresentar possibilidades de aplicação do estudo de trajetórias familiares para a análise das práticas de nominação, utilizando-se do caso de uma família residente na freguesia Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre entre o final do século XVIII e o início do século XIX. Partindo de constatações obtidas a partir de apreciação quantitativa de estoque e origem de prenomes, segundos nomes e sobrenomes, uma abordagem qualitativa permitiu melhor compreensão acerca das possíveis motivações e implicações decorrentes da escolha dos nomes, bem como da constituição e do uso do nome ao longo de uma existência. O caso pesquisado reitera a noção do nome como um patrimônio imaterial familiar a ser manejado conforme os interesses e as possibilidades disponíveis em uma sociedade hierarquizada. Práticas que envolviam vários fatores, como afirmação de pertencimento social e familiar, consolidação de relações de compadrio e processos de mobilidade social.