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Abstract
O turismo de base comunitária é carregado de valores e princípios que se revelam positivos para os envolvidos. Por meio da organização comunitária para o turismo, é possível que as populações acessem caminhos para conquistar seus direitos, garantindo autonomia sobre seus territórios e modos de vida. No caso dos povos tradicionais da Amazônia, que desenvolveram modos específicos de uso e manejo do ambiente, um modelo de turismo construído de forma a valorizar sua cultura e sua relação com o ambiente, além de propiciar desenvolvimento social e econômico, pode fortalecer processos de luta por reconhecimento territorial e histórico. Na região do médio Solimões, no Amazonas, comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDS) Amanã planejam suas formas de organizar e desenvolver o turismo em seus territórios. O presente trabalho, que faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre o TBC na RDS Amanã, tem como objetivo descrever a organização para o turismo nas comunidades do Lago Amanã, analisando as singularidades e os desafios encontrados. O processo de planejamento vem sendo acompanhado desde 2010, e os métodos de investigação valeram-se de estratégias de pesquisa de campo como a observação participante em estadia junto aos moradores, o apoio e acompanhamento de viagens com turistas, entrevistas com atores locais, além de consulta a bibliografia sobre os temas abordados. No recorte deste artigo, buscou-se debater os principais obstáculos para a organização do turismo comunitário, bem como as estratégias e possibilidades que a atividade pode oferecer para os povos ribeirinhos da Amazônia. Os moradores se mostram cada vez mais engajados e empoderados dos processos decisórios, ainda buscando definir o formato de turismo e os meios para alcançarem seus objetivos de maneira autônoma.***Agradecemos imensamente a todas/os habitantes das comunidades da Reserva Amanã, em especial as/os que participam dos trabalhos de planejamento do turismo.