{"title":"A leitura literária e a mulher privada de liberdade: um estudo realizado na APAC feminina de Governador Valadares","authors":"L. Guimarães, Nádia Maria Jorge Medeiros Silva","doi":"10.47573/AYA.88580.2.15.9","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"LIBERDADE: um estudo realizado na APAC feminina de Governador Valadares Luciana Ribeiro Guimarães 1 Nádia Maria Jorge Medeiros 2 INTRODUÇÃO Segundo Antoine Compagnon (2003), a literatura se constitui pelo estranhamento ou a desautorização de formas canonizadas, pois a história literária é formada pela ruptura com a tradição. Nessa perspectiva, correntes literárias que se desenvolveram durante o séc. XX, tais como formalismo e estética da recepção, possibilitaram a revitalização desses estudos que se desenvolveram com a contribuição de conhecimentos advindos de vários campos, como por exemplo, os Estudos Literários. A leitura nessa percepção é resultado de uma interação. A obra dialoga com o leitor e vice-versa. Sobre isso, Zilberman (2003) analisa que por mais que haja um distanciamento de espaço e tempo do contexto em que a obra foi concebida com seu leitor, uma sintonia de que ela possui relevância para a comunidade de leitores é o fato de que continua a se comunicar com seu destinatário em outro contexto, porque simplesmente continua falando de seu mundo e o ajuda a entendê-lo melhor. De forma complementar, são nos pilares da relação social da literatura com a cultura e com o mundo – através da leitura literária, que o leitor se constrói reflexivo e mais humanizado. Isso se dá pela eficácia do texto, que toca o leitor através da palavraarte, que o instrumentaliza para conhecer e articular com proficiência o mundo feito de linguagem. Nesse processo, toda leitura possui a capacidade de integrar e agregar conhecimentos, estimulando o leitor a relacionar aquilo que está lendo com outros assuntos que já conhece, favorecendo a articulação de saberes (KLEIMAN; MORAIS,1999). Ao falar de funções da literatura, é pertinente a reflexão de Antônio Candido (1972) quando ressalta a tese de que esse tipo de arte tem a capacidade de confirmar a humanidade do homem. Por isso, propõe a discussão das variações da função","PeriodicalId":169504,"journal":{"name":"Desafios da educação na contemporaneidade","volume":"5 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-03-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Desafios da educação na contemporaneidade","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.47573/AYA.88580.2.15.9","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
LIBERDADE: um estudo realizado na APAC feminina de Governador Valadares Luciana Ribeiro Guimarães 1 Nádia Maria Jorge Medeiros 2 INTRODUÇÃO Segundo Antoine Compagnon (2003), a literatura se constitui pelo estranhamento ou a desautorização de formas canonizadas, pois a história literária é formada pela ruptura com a tradição. Nessa perspectiva, correntes literárias que se desenvolveram durante o séc. XX, tais como formalismo e estética da recepção, possibilitaram a revitalização desses estudos que se desenvolveram com a contribuição de conhecimentos advindos de vários campos, como por exemplo, os Estudos Literários. A leitura nessa percepção é resultado de uma interação. A obra dialoga com o leitor e vice-versa. Sobre isso, Zilberman (2003) analisa que por mais que haja um distanciamento de espaço e tempo do contexto em que a obra foi concebida com seu leitor, uma sintonia de que ela possui relevância para a comunidade de leitores é o fato de que continua a se comunicar com seu destinatário em outro contexto, porque simplesmente continua falando de seu mundo e o ajuda a entendê-lo melhor. De forma complementar, são nos pilares da relação social da literatura com a cultura e com o mundo – através da leitura literária, que o leitor se constrói reflexivo e mais humanizado. Isso se dá pela eficácia do texto, que toca o leitor através da palavraarte, que o instrumentaliza para conhecer e articular com proficiência o mundo feito de linguagem. Nesse processo, toda leitura possui a capacidade de integrar e agregar conhecimentos, estimulando o leitor a relacionar aquilo que está lendo com outros assuntos que já conhece, favorecendo a articulação de saberes (KLEIMAN; MORAIS,1999). Ao falar de funções da literatura, é pertinente a reflexão de Antônio Candido (1972) quando ressalta a tese de que esse tipo de arte tem a capacidade de confirmar a humanidade do homem. Por isso, propõe a discussão das variações da função