José Maria Del Castillo, Thiago Boschilia, Nemi Sabeh, Carlos Antônio da Mota Silveira, Djair Brindeiro
{"title":"Mecanismos de Adaptação do Coração em Atletas de Elite do Sexo Feminino: Comparação com Indivíduos Sadios e Tempo de Treinamento","authors":"José Maria Del Castillo, Thiago Boschilia, Nemi Sabeh, Carlos Antônio da Mota Silveira, Djair Brindeiro","doi":"10.36660/abcimg.2023372","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Fundamento: O exercício intenso e continuado em atletas provoca fenótipos de remodelamento adaptativo, cujos\nparâmetros podem ser avaliados pela ecocardiografia convencional, e de deformação miocárdica. Assim, foi comparado\no remodelamento miocárdico em atletas do sexo feminino (grupo atletas) com mulheres sedentárias da mesma faixa\netária (grupo-controle) e entre atletas com maior e menor tempo de treinamento.\nMétodos: Foram selecionadas 57 futebolistas femininas (grupo atletas) e 25 mulheres sadias sedentárias (grupocontrole). As atletas foram divididas em dois grupos: grupo principal, com 32 atletas, e grupo sub-17, com 25 atletas.\nForam determinadas, através de ecocardiografia, as dimensões, a função sistólica e diastólica das câmaras cardíacas e\na deformação miocárdica (strain longitudinal, circunferencial, radial e mecânica rotacional), utilizando a estatística Z\ncom significância de p < 0,05.\nResultados: A idade dos grupos atletas, controle, principal e sub-17 foi de 22,1±6,3; 21,2±5,0; 26,5±5,1; e 16,5±0,6,\nrespectivamente. O peso, o índice de massa corporal e a frequência cardíaca foram menores no grupo atletas. A\nespessura das paredes, o índice de massa do ventrículo esquerdo (VE), o volume do átrio esquerdo (AE), a fração de\nejeção e as dimensões do ventrículo direito (VD) foram maiores no grupo atletas, mas dentro de valores normais. A\ndeformação miocárdica mostrou diminuição do strain radial, da rotação basal, da rotação apical e do twist, sugerindo\nmecanismo de reserva contrátil. Esses parâmetros foram menores no grupo principal, que também apresentava maior\nespessura das paredes, maior volume do AE e maior tamanho do VD, sugerindo que o aumento da reserva contrátil se\nrelaciona com maior tempo de treinamento.\nConclusões: As atletas do sexo feminino com treinamento intenso de longa duração apresentam remodelamento\nadaptativo das câmaras cardíacas e aumento da reserva contrátil observada em repouso, com esses parâmetros mais\nacentuados nas atletas com maior tempo de treinamento.","PeriodicalId":217289,"journal":{"name":"ABC Imagem Cardiovascular","volume":"145 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-03-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"2","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"ABC Imagem Cardiovascular","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.36660/abcimg.2023372","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Fundamento: O exercício intenso e continuado em atletas provoca fenótipos de remodelamento adaptativo, cujos
parâmetros podem ser avaliados pela ecocardiografia convencional, e de deformação miocárdica. Assim, foi comparado
o remodelamento miocárdico em atletas do sexo feminino (grupo atletas) com mulheres sedentárias da mesma faixa
etária (grupo-controle) e entre atletas com maior e menor tempo de treinamento.
Métodos: Foram selecionadas 57 futebolistas femininas (grupo atletas) e 25 mulheres sadias sedentárias (grupocontrole). As atletas foram divididas em dois grupos: grupo principal, com 32 atletas, e grupo sub-17, com 25 atletas.
Foram determinadas, através de ecocardiografia, as dimensões, a função sistólica e diastólica das câmaras cardíacas e
a deformação miocárdica (strain longitudinal, circunferencial, radial e mecânica rotacional), utilizando a estatística Z
com significância de p < 0,05.
Resultados: A idade dos grupos atletas, controle, principal e sub-17 foi de 22,1±6,3; 21,2±5,0; 26,5±5,1; e 16,5±0,6,
respectivamente. O peso, o índice de massa corporal e a frequência cardíaca foram menores no grupo atletas. A
espessura das paredes, o índice de massa do ventrículo esquerdo (VE), o volume do átrio esquerdo (AE), a fração de
ejeção e as dimensões do ventrículo direito (VD) foram maiores no grupo atletas, mas dentro de valores normais. A
deformação miocárdica mostrou diminuição do strain radial, da rotação basal, da rotação apical e do twist, sugerindo
mecanismo de reserva contrátil. Esses parâmetros foram menores no grupo principal, que também apresentava maior
espessura das paredes, maior volume do AE e maior tamanho do VD, sugerindo que o aumento da reserva contrátil se
relaciona com maior tempo de treinamento.
Conclusões: As atletas do sexo feminino com treinamento intenso de longa duração apresentam remodelamento
adaptativo das câmaras cardíacas e aumento da reserva contrátil observada em repouso, com esses parâmetros mais
acentuados nas atletas com maior tempo de treinamento.