Daniel Paiva Matos, Marina Pereira Soares, P. D. A. Machado
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Abstract
Introdução: Leishmania é um protozoário intracelular obrigatório que reside em macrófagos do hospedeiro mamífero. Cerca de 20 espécies de Leishmania são capazes de infectar o ser humano, causando as leishmanioses, que podem se apresentar em três manifestações clínicas: cutânea, mucocutânea e visceral. Aproximadamente 30 espécies de flebotomíneos são responsáveis pela transmissão da doença. As leishmanioses têm sido relatadas como uma das doenças tropicais negligenciadas mais importantes, que afetam principalmente países em desenvolvimento. Estima-se que mais de um bilhão de pessoas vivam em áreas endêmicas e que ocorram anualmente mais de 1 milhão de novos casos da doença. De acordo com a OMS, no Brasil foram reportados 17.526 casos de leishmanioses em 2017. O tratamento das leishmanioses é rodeado por inúmeros problemas e apesar da disponibilidade de diferentes abordagens, as ferramentas terapêuticas não são adequadas para erradicar a infecção. Objetivo: Verificar estudos sobre os problemas relacionados aos tratamentos disponíveis para as leishmanioses, através de uma revisão de literatura. Metodologia: Foram analisados quatro estudos publicados originalmente em inglês e português, na base de dados MEDLINE sobre tratamento das leishmanioses. Foram utilizados os descritores: Leishmaniasis, Leishmania Infection, Therapeutics, Treatment, juntamente com os booleanos. Resultados: Há vários tratamentos disponíveis: antimoniais pentavalentes (Glucantime disponível no Brasil), anfotericina B (desoxicolato ou lipossomal), miltefosina e pentamidina. Na maioria das vezes, esses tratamentos não conseguem induzir uma cura estéril porque não eliminam completamente os parasitos no hospedeiro mamífero. A escolha do tratamento varia de acordo com as manifestações clínicas, com a espécie envolvida e com as características do paciente. Entretanto, os medicamentos disponíveis apresentam elevada toxicidade, muitos efeitos adversos, tempo longo de tratamento, administração intravenosa ou intramuscular e eficácia variável (24 a 97%) devido à resistência parasitária. A alternativa mais eficaz, anfotericina B lipossomal, tem custo muito elevado. Associado a esses problemas, muitas vezes observa-se baixa adesão do paciente ao tratamento devido à dificuldade de administração e longa duração. Conclusão: Existe uma necessidade contínua e urgente por novas alternativas que complementem ou substituam as atuais terapias disponíveis para o tratamento das leishmanioses.