F. Loureiro, Roberto Bartholo, F. Mattos, Edney Sanchez
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Abstract
A intenção deste trabalho é apresentar uma ideia: para além de todos os suportes materiais, todo patrimônio é intangível. O que há de significativo em um objeto não é o objeto em si, mas sim a relação que construímos com ele. Isto parece óbvio, mas o foco na preservação física de artefatos e sítios pode levar à adoção de medidas protetivas que inviabilizem a construção de uma relação significativa.Esta ideia parte de duas referências principais: a noção buberiana de que a relação com “o outro” é a essência do ser humano, conforme o par Eu-Tu / Eu-Isso; e os conceitos de imagem técnica e pós-história, desenvolvidos por Flusser. Adicionalmente, a distinção proposta por Gumbrecht entre “efeitos de sentido” e “efeitos de presença” esclarece como o contexto no qual nos deparamos com um objeto pode transformá-lo em um Tu ou um Isso, e como a carga de sentido que lhe atribuímos pode pré-formatar a experiência de sua presença ao ponto de inviabilizá-la. Para ilustrar um desdobramento desta abordagem teórica, o artigo propõe formas de intervenção nas quais se busque preservar e potencializar não apenas a estrutura física de um objeto ou sítio, mas principalmente sua estrutura relacional.Palavras-chave: Patrimônio. Patrimônio relacional. Eu e Tu. Imagens técnicas. Pós-história.