RELAÇÃO INTRÍNSECA ENTRE A MICROBIOTA PULMONAR E AS PNEUMOPATIAS

Ana Laura de Melo Silveira, Karen Rodrigues Vieira Carvalho, Julia Maria dos Santos Amaral, Leonardo Camargos Saliba
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Abstract

Introdução: Até o início do século XXI acreditava-se que o pulmão era um órgão estéril enquanto as vias aéreas superiores eram habitadas por bactérias comensais. Há uma década, por meio de estudos baseados no crescimento bacteriano de material colhido através do lavado broncoalveolar, passou a ser conhecida a caracterização da microbiota pulmonar, que é composta mais comumente pelos filos genéticos: Proteobacteria, Firmicutes, e Bacteroidetes; em relação ao gênero, predominam Streptococcus, Prevotella, Fusobacteria e Veillonella, e uma menor contribuição de potenciais patógenos, como Haemophilus e Neisseria. Dessa forma, a microbiota pulmonar saudável apresenta uma densidade baixa de colônias que vivem em equilíbrio com o organismo mas que estão sujeitas a diversas modificações ambientais e/ou genéticas, gerando disbiose. Questiona-se então se essa disbiose estaria relacionada ou não com o surgimento de doenças pulmonares e intersticiais. Objetivo: Este trabalho busca esclarecer a relação entre a disbiose da microbiota pulmonar e a manifestação de doenças respiratórias. Material e métodos: Foi realizada uma revisão de literatura por meio de bases de dados como Scielo, Pubmed e Google Acadêmico, utilizando como palavras chaves: Microbioma pulmonar, disbiose, doenças pulmonares. Resultados: Neste presente estudo foram selecionadas três conhecidas doenças pulmonares, dentre elas: DPOC, asma e fibrose cística. Foi constatado então, que nos pacientes portadores dessas três doenças existia um processo de disbiose a qual sofria alteração de acordo com doença. Na DPOC, confirmou-se um crescimento de uma determinada colônia em detrimento de outras. Na asma, adultos portadores apresentaram uma prevalência maior de organismos do filo Proteobacteria, como Haemophilus influenzae, quando comparados a controles saudáveis. Por último, na fibrose cística, estudos mostraram que em portadores jovens há uma grande diversidade nas comunidades bacterianas, enquantos pacientes em estágio final da doença pulmonar, possuíam uma diversidade extremamente baixa, sugerindo mais uma vez, a relação intrínseca entre a disbiose e as pneumopatias. Conclusão: Foi comprovada a existência de um desequilíbrio na microbiota pulmonar em pacientes portadores de patologias do sistema respiratório. Entretanto, apesar de excitante, não se pode concluir que há relação de causalidade entre elas, visto que os estudos ainda não conseguiram determinar temporalmente o que se inicia primeiro: a disbiose ou doença pulmonar.
肺微生物群与肺病的内在关系
简介:直到21世纪初,人们还认为肺是无菌器官,而上气道则居住着共生细菌。十年前,通过对支气管肺泡灌洗收集的物质的细菌生长的研究,肺微生物群的特征已经为人所知,肺微生物群通常由遗传门组成:变形菌门、厚壁菌门和拟杆菌门;在该属中,链球菌、普雷沃氏菌、梭菌和韦氏菌占主导地位,而嗜血杆菌和奈瑟菌等潜在病原体的贡献较小。因此,健康的肺微生物群具有低密度的菌落,这些菌落与生物体保持平衡,但受到各种环境和/或遗传变化的影响,导致生态失调。人们怀疑这种生态失调是否与肺部和间质疾病的出现有关。摘要目的:探讨肺微生物群失调与呼吸系统疾病表现的关系。材料与方法:利用Scielo、Pubmed和谷歌scholar等数据库进行文献综述,以肺微生物组、生态失调、肺部疾病为关键词。结果:在本研究中,我们选择了三种已知的肺部疾病:慢性阻塞性肺病、哮喘和囊性纤维化。研究发现,在这三种疾病的患者中,存在着一个生态失调的过程,这个过程会根据疾病而改变。在慢性阻塞性肺病中,确定了一个特定群体的生长对其他群体的损害。在哮喘患者中,与健康对照组相比,成年患者的变形菌门微生物(如流感嗜血杆菌)患病率更高。最后,在囊性纤维化中,研究表明,年轻患者的细菌群落多样性很大,而肺病晚期患者的细菌群落多样性极低,再次表明生态失调与肺病之间存在内在关系。结论:证实呼吸系统疾病患者肺菌群不平衡。然而,尽管令人兴奋,我们不能得出它们之间存在因果关系的结论,因为研究还不能暂时确定什么首先开始:生态失调或肺部疾病。
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