Jorge Castillo-Sepúlveda, Francisco Tirado, Marsha Rosengarten
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Abstract
O câncer é comumente descrito como a reprodução descontrolada de células anormais no corpo. Essa definição classifica a doença como um processo local, cuja temporalidade é linear. Nesse trabalho, colocamos em questionamento tal enfoque a partir de um estudo de caso sobre o câncer de mama, analisado através da teoria do ator-rede. Começando desde a concepção da doença como uma trajetória semiótico-material, estabelecemos o papel desempenhado pela regulação e os processos de diagnósticos pré-sintomáticos na materialidade do câncer. Fazendo eco à proposta de A. N. Whitehead, definimos o câncer com um objeto potencial. Logo, descrevemos como as proposições biomédicas se articulam nos pacientes, afetam sua anatomia e estabelecem uma materialização autêntica que se comporta como um agenciamento sócio-material. Concluímos que é necessário pensar em intervenções que considerem a heterogeneidade de aspectos materiais que origina o câncer concebido por essa perspectiva.