{"title":"Arqueologia da Diáspora Africana e Contranarrativas sobre o Patrimônio Cultural do Museu da Baronesa (Pelotas, RS)","authors":"Estefania Jaekel Da Rosa","doi":"10.15210/rmr.v13i25.19009","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo abordará algumas discussões sobre a invisibilidade negra no Museu Parque da Baronesa, um espaço musealcriado para rememorar a opulência da elite pelotense do século XIX, relegando as memórias dos escravizados aoesquecimento. Isso levou ao questionamento dos visitantes sobre onde estava asenzala dessa propriedade escravista. Contrapondo as narrativas oficiais, as pesquisas arqueológicas realizadas em 2019 revelaram as estruturas de duas casinhas, apontadas pelas fontes históricas e orais como moradia dos ex-escravizados e seus descendentes. Seguindo as referências da Arqueologia da Diáspora Africana, as escavações na possível senzala foram orientadas por um diálogo com a religiosidade de matriz africana, em respeito à ancestralidade e suas ontologias. Por fim, apresentaremos algumas propostas e discussões sobre a preservação e a musealização do sítio arqueológico enquanto lugar de memória, possibilitando a sua integração às novas narrativas sobre a visibilidade negra no Museu.","PeriodicalId":445739,"journal":{"name":"Revista Memória em Rede","volume":"149 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-07-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Memória em Rede","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15210/rmr.v13i25.19009","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo abordará algumas discussões sobre a invisibilidade negra no Museu Parque da Baronesa, um espaço musealcriado para rememorar a opulência da elite pelotense do século XIX, relegando as memórias dos escravizados aoesquecimento. Isso levou ao questionamento dos visitantes sobre onde estava asenzala dessa propriedade escravista. Contrapondo as narrativas oficiais, as pesquisas arqueológicas realizadas em 2019 revelaram as estruturas de duas casinhas, apontadas pelas fontes históricas e orais como moradia dos ex-escravizados e seus descendentes. Seguindo as referências da Arqueologia da Diáspora Africana, as escavações na possível senzala foram orientadas por um diálogo com a religiosidade de matriz africana, em respeito à ancestralidade e suas ontologias. Por fim, apresentaremos algumas propostas e discussões sobre a preservação e a musealização do sítio arqueológico enquanto lugar de memória, possibilitando a sua integração às novas narrativas sobre a visibilidade negra no Museu.