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Abstract
O presente ensaio aborda a desobediência como ethos a partir da leitura do prefácio foucaultiano intitulado Introdução a uma vida não fascista à obra de Gilles Deleuze e Félix Guattari, O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia, lançada em 1972. Embora escrito em 1977 para edição publicada nos Estados Unidos, o prelúdio escrito por Michel Foucault nos oportuniza problematizar a desobediência como ethos. O olhar elogioso do filósofo francês para o livro de Deleuze e Guattari insere a obra de ambos em uma dimensão ética para que possamos pensar nossa relação com o desejo a partir de um inconsciente que abandona sua condição fantasmática para assumir-se maquínico. Em sua alegoria como usina do desejo, no embate entre a psicanálise de então com uma esquizoanálise insurgente, abre-se a oportunidade para observarmos a crítica como ferramenta para pensarmos todos estes elementos com os microfascismos – os fascismos contemporâneos; seja no seu combate ou na assunção de posturas complacentes em relação a eles. É nestes termos que o presente ensaio toma Foucault, leitor de O anti-Édipo, para pensarmos a possibilidade da desobediência como ethos.
Palavras-chave: desobediência como ethos; Michel Foucault; Gilles Deleuze; Félix Guattari; microfascismo.