{"title":"A GEOGRAFIA FRANCESA NA OBRA OESTE: ENSAIO SOBRE A GRANDE PROPRIEDADE PASTORIL DE NELSON WERNECK SODRÉ","authors":"Marco Túlio Gonçalves Martins, R. D. C. Souza","doi":"10.5380/GEOGRAFAR.V14I1.60720","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A partir das perspectivas dos estudos regionais, inspirados nas teorias de Vidal De La Blache, pode-se dizer que a obra “Oeste” de Nelson Werneck Sodré constitui-se em um estudo regional brasileiro. Esta obra teve respaldo na comunidade de geógrafos, sobretudo, geógrafos franceses que vieram para o Brasil fundar o curso de Geografia na Universidade de São Paulo na década de 1930. Uma destas figuras foi Pierre Monbeig, que trouxe para o Brasil a perspectiva dos estudos regionais, ou melhor, os estudos monográficos baseados na Geografia Regional lablachiana. Diante da proposta de Sodré no “Oeste” e suas intenções enquanto militar e intelectual na década de 1930, este trabalho demonstra como a obra analisada se enquadra no perfil da produção geográfica lablachiana e as intenções do autor, enquanto intelectual militar, de elaborar proposições para o projeto territorial brasileiro encaminhado pelas classes dominantes via Estado. A análise empreendida pelo autor sobre o território do “Oeste” por mais “ingênua” ou sem o devido aprofundamento, como o próprio Sodré já disse na sua memorialística, respaldou o discurso hegemônico de um período do processo histórico brasileiro, no qual, questões como integração territorial, centralização dos poderes, necessidade de desenvolver materialmente o país, necessidade de ocupar efetivamente o grande interior, questão fundiária, eram cruciais para colocar em ação, a integração territorial e a formação da identidade nacional brasileira.","PeriodicalId":114452,"journal":{"name":"REVISTA GEOGRAFAR","volume":"47 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-08-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"REVISTA GEOGRAFAR","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5380/GEOGRAFAR.V14I1.60720","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A partir das perspectivas dos estudos regionais, inspirados nas teorias de Vidal De La Blache, pode-se dizer que a obra “Oeste” de Nelson Werneck Sodré constitui-se em um estudo regional brasileiro. Esta obra teve respaldo na comunidade de geógrafos, sobretudo, geógrafos franceses que vieram para o Brasil fundar o curso de Geografia na Universidade de São Paulo na década de 1930. Uma destas figuras foi Pierre Monbeig, que trouxe para o Brasil a perspectiva dos estudos regionais, ou melhor, os estudos monográficos baseados na Geografia Regional lablachiana. Diante da proposta de Sodré no “Oeste” e suas intenções enquanto militar e intelectual na década de 1930, este trabalho demonstra como a obra analisada se enquadra no perfil da produção geográfica lablachiana e as intenções do autor, enquanto intelectual militar, de elaborar proposições para o projeto territorial brasileiro encaminhado pelas classes dominantes via Estado. A análise empreendida pelo autor sobre o território do “Oeste” por mais “ingênua” ou sem o devido aprofundamento, como o próprio Sodré já disse na sua memorialística, respaldou o discurso hegemônico de um período do processo histórico brasileiro, no qual, questões como integração territorial, centralização dos poderes, necessidade de desenvolver materialmente o país, necessidade de ocupar efetivamente o grande interior, questão fundiária, eram cruciais para colocar em ação, a integração territorial e a formação da identidade nacional brasileira.