L. N. Mendes, C. Monteiro, J. L. Olegário, S. Fernandes, G. Silva
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Abstract
Os manguezais são locais importantes para a reprodução e a alimentação de uma grande diversidade de animais aquáticos, bem como aves, répteis, insetos, e seres microscópicos. Neste ambiente alagado encontramos inúmeras espécies de crustáceos, principalmente os braquiúras decápodos, como os caranguejos e siris. No município de Macau, Estado do Rio Grande do Norte, existe uma grande faixa de manguezal, e há também a formação de um delta na foz do rio Açú. Entretanto, há um grande descaso quanto à manutenção deste recurso natural, devido à poluição, desmatamento e a captura predatória de crustáceos. Moradores do município contam que no período de “andada” de caranguejo-uçá, Ucides cordatus muitas pessoas os capturam usando sacos. Lixo acumulado é muito comum às margens do estuário, bem como esgotos clandestinos. Quanto ao guaiamum, Cardisoma guanhumi devido a sua rusticidade, torna-se mais difícil sua captura, sendo necessário uso de armadilhas. Por conta disso, há pobreza de dados estatísticos quanto à população e captura destes crustáceos. O objetivo deste trabalho foi analisar informações coletadas junto à pescadores e pescadoras, catadores e catadoras de caranguejos e marisqueiras, bem como nas Colônias de Pescadores Z-09 e Z-41 de Macau, em relação ao ambiente manguezal e à população desses crustáceos. Utilizou-se um questionário semiestruturado, aplicado aos profissionais entrevistados. Relatos também foram gravados. Foram entrevistadas 30 pessoas. 12 pescadores entrevistados, incluindo o presidente da Colônia Z-41, citaram que havia bastante caranguejo-uçá na região. O presidente da colônia contou que já houveram tantos guaiamuns, que estes entravam nas casas dos moradores locais. Outro pescador relatou que hoje já não há a mesma quantidade de caranguejo-uçá na faixa de manguezal do distrito de Diogo Lopes. Citou também que quando sai ao mar, se preocupa em armazenar todo do lixo produzido e trazê-lo de volta à terra, porém, outros pescadores não tem a mesma visão ecológica. Há também catadores de outros Estados que vem “catar” guaiamum e caranguejo-uçá, e por falta de fiscalização, há perda de dados e danos ao meio ambiente, pois alguns deles escavam a terra, destruindo as tocas de guaiamuns, ou usam redinhas para o uçá. Já o siri, do gênero Callinectes, é capturado por mulheres marisqueiras, que extraem sua carne para processamento, de forma artesanal, e posterior venda. Mas o consumo na região é muito pequeno.