Tatiana De Albuquerque Ferreira, Lúcia Maria Sá Antunes Costa
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Abstract
Este artigo se dedica ao estudo da noite, esta outra face da cidade. Quando inter-relacionamos noite e cidade, a definição do noturno se abre em uma diversidade de valores, interpretações e questões. Os sinais do céu noturno traduzidos em formas de linguagem, demonstram como as relações entre o céu e a Terra fizeram parte da nossa construção cultural, mas hoje estas relações são distantes da sociedade contemporânea urbana, como se a noite fosse uma paisagem esquecida, invisibilizada ou até residual. A paisagem ao anoitecer também abriga uma natureza noturna, muitas vezes invisível aos nossos olhos, seja pelas suas próprias características, mas também por nossa falta de compreensão e conhecimento. Isto se reflete na ausência desta dinâmica no planejamento e projeto das cidades, demonstrando lacunas que precisam ser discutidas frente às transformações de valores ambientais e à própria questão ambiental que se impõem como um desafio da metrópole. Desta forma, este artigo visa explicitar - dentre as múltiplas facetas da cidade noturna - a dimensão ambiental que a noite contém, como forma de impulsionar um debate crítico sobre estas discussões na cidade contemporânea. Ao desviar de um olhar predominantemente antropocêntrico para a noite das cidades, buscamos formas de abordagem da cidade noturna, que possam alinhar as dinâmicas da biodiversidade noturna urbana.