{"title":"O MITO DE URANO, CRONOS E ZEUS COMO ARGUMENTO ANTIGNOSTICO EM PLOTINO","authors":"Luciana Gabriela Soares Santoprete","doi":"10.51359/2357-9986.2022.248821","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo procura elucidar a referência de Plotino no Tratado 32, 3 ao termo propátor, que pode ser traduzido simplesmente como “avô”. Um estudo paralelo com os manuscritos gnósticos descobertos em Nag Hammadi mostrou que este é um termo usado em vários textos gnósticos para designar o Primeiro Princípio. Partindo dessa constatação observamos que a defesa de Plotino de uma hierarquia de três principais níveis de realidade (o Um, o Intelecto e a Alma) baseada no mito do “avô” Urano, do “pai” Kronos e do “filho” Zeus, assume dimensões completamente diferentes, não apenas no Tratado 32, mas também não somente nos outros tratados da tetralogia antignóstica como também nos tratados antes e depois da tetralogia em que este mito é mencionado. Pode-se ver que Plotino constrói uma exegese platônica do mito hesiódico sobre a qual estabelece os princípios fundamentais da sua ontologia e da sua epistemologia com o objetivo de se opor aos princípios onto-epistemológicos veiculados nos mitos gnósticos e de denunciar assim a má interpretação deles dos ensinamentos de Platão, a novidade dos mitos deles e a infidelidade deles à verdadeira tradição helênica.","PeriodicalId":191253,"journal":{"name":"Revista Perspectiva Filosófica - ISSN: 2357-9986","volume":"185 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-02-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Perspectiva Filosófica - ISSN: 2357-9986","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.248821","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo procura elucidar a referência de Plotino no Tratado 32, 3 ao termo propátor, que pode ser traduzido simplesmente como “avô”. Um estudo paralelo com os manuscritos gnósticos descobertos em Nag Hammadi mostrou que este é um termo usado em vários textos gnósticos para designar o Primeiro Princípio. Partindo dessa constatação observamos que a defesa de Plotino de uma hierarquia de três principais níveis de realidade (o Um, o Intelecto e a Alma) baseada no mito do “avô” Urano, do “pai” Kronos e do “filho” Zeus, assume dimensões completamente diferentes, não apenas no Tratado 32, mas também não somente nos outros tratados da tetralogia antignóstica como também nos tratados antes e depois da tetralogia em que este mito é mencionado. Pode-se ver que Plotino constrói uma exegese platônica do mito hesiódico sobre a qual estabelece os princípios fundamentais da sua ontologia e da sua epistemologia com o objetivo de se opor aos princípios onto-epistemológicos veiculados nos mitos gnósticos e de denunciar assim a má interpretação deles dos ensinamentos de Platão, a novidade dos mitos deles e a infidelidade deles à verdadeira tradição helênica.