{"title":"Repensar o papel da confissão na clínica","authors":"Vitor Portavales Silva","doi":"10.48075/aoristo.v6i1.31570","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Em 2012, Alexandre Marques Cabral levantou uma crítica à Psicologia clínica e à psicoterapia. Retomando a discussão de Foucault sobre a confissão, Cabral desdobrou a narrativa de que a Psicologia clínica seria uma herdeira direta do dispositivo confessional católico-cristão, configurando-se, portanto, como uma prática de controle e docilização dos corpos e existências. Em 2014, Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo respondeu à crítica de Cabral, argumentando que a Psicologia fenomenológico-existencial é capaz de superar as críticas levantadas por Foucault, pois não se pauta na noção de confissão, já que não qualquer ideia de interioridade ou subjetividade. Nesse artigo, pretendemos retomar essa discussão centrando na polissemia do termo confissão, deslocando o debate para caminhos até então não trilhados. Nosso argumento é de que é possível pensar a confissão de maneira diferenciada a partir do pensamento de Soren Kierkegaard, que concebe a confissão como uma relação imediata consigo mesmo, estabelecida a partir da possibilidade de um diálogo interior.","PeriodicalId":383605,"journal":{"name":"Aoristo - International Journal of Phenomenology, Hermeneutics and Metaphysics","volume":"319 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-07-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Aoristo - International Journal of Phenomenology, Hermeneutics and Metaphysics","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.48075/aoristo.v6i1.31570","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Em 2012, Alexandre Marques Cabral levantou uma crítica à Psicologia clínica e à psicoterapia. Retomando a discussão de Foucault sobre a confissão, Cabral desdobrou a narrativa de que a Psicologia clínica seria uma herdeira direta do dispositivo confessional católico-cristão, configurando-se, portanto, como uma prática de controle e docilização dos corpos e existências. Em 2014, Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo respondeu à crítica de Cabral, argumentando que a Psicologia fenomenológico-existencial é capaz de superar as críticas levantadas por Foucault, pois não se pauta na noção de confissão, já que não qualquer ideia de interioridade ou subjetividade. Nesse artigo, pretendemos retomar essa discussão centrando na polissemia do termo confissão, deslocando o debate para caminhos até então não trilhados. Nosso argumento é de que é possível pensar a confissão de maneira diferenciada a partir do pensamento de Soren Kierkegaard, que concebe a confissão como uma relação imediata consigo mesmo, estabelecida a partir da possibilidade de um diálogo interior.
2012年,亚历山大·马奎斯·卡布拉尔(Alexandre Marques Cabral)对临床心理学和心理治疗提出了批评。恢复福柯关于忏悔的讨论,卡布拉尔展开了临床心理学将是天主教-基督教忏悔装置的直接继承者的叙述,因此将自己配置为一种控制和驯服身体和存在的实践。2014年,Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo回应了卡布拉尔的批评,认为存在现象学心理学能够克服福柯提出的批评,因为它不是基于忏悔的概念,因为没有任何内在或主体性的概念。在这篇文章中,我们打算通过关注“忏悔”一词的多义性来恢复这一讨论,将辩论转移到迄今为止没有走过的道路上。我们的论点是,我们有可能以一种不同于克尔凯郭尔思想的方式来思考忏悔,克尔凯郭尔认为忏悔是一种与自己的直接关系,建立在内心对话的可能性之上。