{"title":"Paisagens ocultas: Patrimônio Industrial e o Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro","authors":"L. C. CRUZ E SOUZA","doi":"10.52192/1984-3917.2021v14n2p161-185","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"De diferentes maneiras, em diferentes momentos, os indivíduos interviram no espaço, transformaram-no por sua própria ação e estabeleceram relações materiais com o mundo, produzindo consciências, representações e formas simbólicas diversificadas. Quando circulamos por lugares e espaços do Rio de Janeiro nem sempre acessamos os resquícios das diferentes passagens de trabalhadores que tornaram a urbanização da cidade possível, associados ao processo de industrialização da capital dentro do que ficou conhecido como “empreitada do progresso” entre os séculos XIX e XX. Sendo assim, o artigo se propõe a refletir de maneira ensaística sobre a potência de um acervo relacionado à memória desses trabalhadores para o campo de investigação do patrimônio industrial. Para tanto, analisa documentos históricos presentes no Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro (AMORJ), priorizando a experiência da Fábrica de Tecidos e Tinturaria Alliança como pano de fundo na compreensão de uma memória industrial relacionada às condições de trabalho e às relações sociais estabelecidas entre os seus trabalhadores e respectivos familiares. O objetivo central é analisar, à luz do materialismo histórico dialético, o risco de dissociações entre a narrativa do patrimônio industrial e a memória do trabalho e de trabalhadores, recorrendo sobretudo às discussões relacionadas ao “fetiche da mercadoria”.","PeriodicalId":199665,"journal":{"name":"Museologia e Patrimônio","volume":"36 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-10-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Museologia e Patrimônio","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.52192/1984-3917.2021v14n2p161-185","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
De diferentes maneiras, em diferentes momentos, os indivíduos interviram no espaço, transformaram-no por sua própria ação e estabeleceram relações materiais com o mundo, produzindo consciências, representações e formas simbólicas diversificadas. Quando circulamos por lugares e espaços do Rio de Janeiro nem sempre acessamos os resquícios das diferentes passagens de trabalhadores que tornaram a urbanização da cidade possível, associados ao processo de industrialização da capital dentro do que ficou conhecido como “empreitada do progresso” entre os séculos XIX e XX. Sendo assim, o artigo se propõe a refletir de maneira ensaística sobre a potência de um acervo relacionado à memória desses trabalhadores para o campo de investigação do patrimônio industrial. Para tanto, analisa documentos históricos presentes no Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro (AMORJ), priorizando a experiência da Fábrica de Tecidos e Tinturaria Alliança como pano de fundo na compreensão de uma memória industrial relacionada às condições de trabalho e às relações sociais estabelecidas entre os seus trabalhadores e respectivos familiares. O objetivo central é analisar, à luz do materialismo histórico dialético, o risco de dissociações entre a narrativa do patrimônio industrial e a memória do trabalho e de trabalhadores, recorrendo sobretudo às discussões relacionadas ao “fetiche da mercadoria”.