N. Madeira, P. Oliveira, T. Santos, E. Albuquerque
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Abstract
Resumo: A incidência de tumores cerebrais tem crescido nos últimos anos. Representam a segunda causa de morte mais frequente atribuível a doença neurológica. Embora as lesões cerebrais expansivas conduzam frequentemente a observação por neurologia ou neurocirurgia, não é raro que sejam os sintomas ditos psiquiátricos a motivar o contacto inicial com os cuidados médicos. Os tumores cerebrais podem apresentar-se sob a forma de sintomatologia semelhante às perturbações psiquiátricas ditas primárias, ou funcionais. No entanto, contrastando com o que ocorre a propósito de doença psiquiátrica noutros tipos de cancro, em que predominam as perturbações da adaptação, as síndromas ditas orgânicas são o diagnóstico mais frequente nos doentes com tumores do SNC.
A localização anatómica representa um de vários fatores contribuintes para a natureza e a gravidade dos quadros psiquiátricos.
Os tumores do lobo frontal associam-se mais frequentemente a alterações da função executiva, síndrome amotivacional e alterações da personalidade. Os tumores temporais podem provocar sintomas psicóticos como alucinações e delírios.
O tratamento da sintomatologia passará essencialmente pela remoção da lesão, sempre que possível. Não obstante, o tratamento sintomático das manifestações psiquiátricas deverá ter sempre lugar. A psicofarmacologia, a psicoterapia e a psicoeducação aos cuidadores apresentam-se como as modalidades de tratamento com melhores resultados.