{"title":"HEGEMONIA E OS “SUBALTERNOS”: UTOPIA, RELIGIÃO, DEMOCRACIA","authors":"F. Frosini","doi":"10.36311/2526-1843.2020.v5n7.p70-103","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A minha exposição se divide em quatro seções. A primeira será dedicada a ilustrar aquela que chamarei “hegemonia pós-jacobina” nos Cadernos do cárcere. O ponto de partida será, portanto, a tentativa de demonstrar a presença, nos Cadernos, não de uma, mas de duas noções de hegemonia. A primeira delas – aquela “jacobina” – corresponde a passagem do econômico-corporativo ao hegemônico e a primazia da “cultura”. A segunda, própria da sociedade de massa e padronizada dos anos vinte e trinta, aparece como um entrelaçamento indissolúvel de aspectos progressivos e regressivos, resumidos na fórmula paradoxal de “revolução passiva”. A segunda seção colocará em foco esta nova situação, caracterizada como uma espécie de “duplo assédio” ou assédio recíproco: das massas ao Estado e vice-versa e então de polaridade constituída pela burocratização e pela democratização, como dois aspectos presentes na hegemonia “capilar” e “difusa” das sociedades do pós-guerra. A terceira seção se concentrará sobre as condições ideológicas nas quais se desenvolve a nova luta hegemônica. Nela, a religião, enquanto forma de contato maciço entre governantes e governados, assume um papel decisivo, seja como forma de governo, seja como modalidade de resistência. O quarto capítulo, por fim, enfocando as reflexões de Gramsci sobre o conceito de “mito”, como gramática da política de massas, explora as possíveis conexões entre mito e democracia, articulando, assim, os temas tratados respectivamente na terceira e na segunda seção.","PeriodicalId":253923,"journal":{"name":"Revista Práxis e Hegemonia Popular","volume":"25 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Práxis e Hegemonia Popular","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.36311/2526-1843.2020.v5n7.p70-103","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A minha exposição se divide em quatro seções. A primeira será dedicada a ilustrar aquela que chamarei “hegemonia pós-jacobina” nos Cadernos do cárcere. O ponto de partida será, portanto, a tentativa de demonstrar a presença, nos Cadernos, não de uma, mas de duas noções de hegemonia. A primeira delas – aquela “jacobina” – corresponde a passagem do econômico-corporativo ao hegemônico e a primazia da “cultura”. A segunda, própria da sociedade de massa e padronizada dos anos vinte e trinta, aparece como um entrelaçamento indissolúvel de aspectos progressivos e regressivos, resumidos na fórmula paradoxal de “revolução passiva”. A segunda seção colocará em foco esta nova situação, caracterizada como uma espécie de “duplo assédio” ou assédio recíproco: das massas ao Estado e vice-versa e então de polaridade constituída pela burocratização e pela democratização, como dois aspectos presentes na hegemonia “capilar” e “difusa” das sociedades do pós-guerra. A terceira seção se concentrará sobre as condições ideológicas nas quais se desenvolve a nova luta hegemônica. Nela, a religião, enquanto forma de contato maciço entre governantes e governados, assume um papel decisivo, seja como forma de governo, seja como modalidade de resistência. O quarto capítulo, por fim, enfocando as reflexões de Gramsci sobre o conceito de “mito”, como gramática da política de massas, explora as possíveis conexões entre mito e democracia, articulando, assim, os temas tratados respectivamente na terceira e na segunda seção.