{"title":"O ATEÍSMO DE HOLBACH À LUZ DE HEGEL","authors":"Jean-Claude Bourdin, Fábio Rodrigues de Ávila","doi":"10.34024/limiar.2017.v4.9211","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Apesar da importância central do ateísmo no sistema materialista de Holbach, é evidente que a leitura de Hegel do pensamento de Holbach em suas Lições sobre a Filosofia da História, apesar de original, não o menciona. As razões para este silêncio podem ser facilmente deduzidas do que ele considerava serem as tarefas da filosofia em relação à religião, ou seja, para garantir sua reconciliação, que é aperfeiçoada conceitualmente pois ela torna real o itinerário do mundo espiritual cristão. O ateísmo poderia surgir apenas como uma filosofia irrelevante, o que explica porque Hegel nem mesmo se importou em refutá-lo. Entretanto, nós podemos mostrar que, em sua crítica à doutrina do \"conhecimento imediato\" e do sentimentalismo religioso, Hegel fornece um meio de justificar filosoficamente o ateísmo do barão, apresentando-o como o \"resultado\" do sentimentalismo e a conseqüência de um pensamento religioso que esvazia seu conteúdo.","PeriodicalId":136173,"journal":{"name":"Revista Limiar","volume":"115 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-03-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Limiar","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.34024/limiar.2017.v4.9211","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Apesar da importância central do ateísmo no sistema materialista de Holbach, é evidente que a leitura de Hegel do pensamento de Holbach em suas Lições sobre a Filosofia da História, apesar de original, não o menciona. As razões para este silêncio podem ser facilmente deduzidas do que ele considerava serem as tarefas da filosofia em relação à religião, ou seja, para garantir sua reconciliação, que é aperfeiçoada conceitualmente pois ela torna real o itinerário do mundo espiritual cristão. O ateísmo poderia surgir apenas como uma filosofia irrelevante, o que explica porque Hegel nem mesmo se importou em refutá-lo. Entretanto, nós podemos mostrar que, em sua crítica à doutrina do "conhecimento imediato" e do sentimentalismo religioso, Hegel fornece um meio de justificar filosoficamente o ateísmo do barão, apresentando-o como o "resultado" do sentimentalismo e a conseqüência de um pensamento religioso que esvazia seu conteúdo.