{"title":"OS MICRO MACHISMOS NO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA UFPEL","authors":"Ana Paula Timm Krolow, M. Rodrigues","doi":"10.22295/grifos.v31i55.6017","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O termo micro machismo combina dois elementos: machismo como atitude de quem crê que o homem é socialmente superior à mulher; e a perspectiva foucaultiana de “micro” poder, referente às práticas discursivas capilares. Assim, entende-se micro machismos como práticas e discursos naturalizados, baseados nos valores históricos de uma sociedade patriarcal, e reproduzidas socialmente, que contribuem para a perpetuação da dominação masculina. Este estudo verificou a ocorrência destas práticas e analisou-as dentro do curso de Administração da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), buscando promover o debate sobre gênero no curso, e contribuir para os estudos críticos de gênero na área. Apesar de interseccionadas, para fins de análise, as práticas foram agrupadas em quatro categorias: a idealização, a objetificação, a masculinização e a deslegitimação da mulher. A coleta de informações se deu através de questionários, aplicados em 206 dos 490 alunos, verificando a percepção destes sobre a ocorrência das práticas, e, posteriormente, a escuta de quatro relatos voluntários. Através da análise, foi possível constatar a ocorrência das quatro formas de micro machismos investigadas. A mais recorrente é a idealização da mulher, pois 67% dos alunos afirmaram ter ouvido comentários envolvendo o estereótipo da mulher ideal, delimitando áreas de atuação. Por meio das respostas objetivas, a noção de objetificação da mulher e de seu corpo (62%), a ideia de que a figura caracterizadamente masculinizada representa responsabilidade, tanto na universidade quanto no mercado de trabalho, e o questionamento da credibilidade das mulheres (38%) também estão nas falas e ações do ambiente do curso","PeriodicalId":197135,"journal":{"name":"Revista Grifos","volume":"17 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-09-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Grifos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22295/grifos.v31i55.6017","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O termo micro machismo combina dois elementos: machismo como atitude de quem crê que o homem é socialmente superior à mulher; e a perspectiva foucaultiana de “micro” poder, referente às práticas discursivas capilares. Assim, entende-se micro machismos como práticas e discursos naturalizados, baseados nos valores históricos de uma sociedade patriarcal, e reproduzidas socialmente, que contribuem para a perpetuação da dominação masculina. Este estudo verificou a ocorrência destas práticas e analisou-as dentro do curso de Administração da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), buscando promover o debate sobre gênero no curso, e contribuir para os estudos críticos de gênero na área. Apesar de interseccionadas, para fins de análise, as práticas foram agrupadas em quatro categorias: a idealização, a objetificação, a masculinização e a deslegitimação da mulher. A coleta de informações se deu através de questionários, aplicados em 206 dos 490 alunos, verificando a percepção destes sobre a ocorrência das práticas, e, posteriormente, a escuta de quatro relatos voluntários. Através da análise, foi possível constatar a ocorrência das quatro formas de micro machismos investigadas. A mais recorrente é a idealização da mulher, pois 67% dos alunos afirmaram ter ouvido comentários envolvendo o estereótipo da mulher ideal, delimitando áreas de atuação. Por meio das respostas objetivas, a noção de objetificação da mulher e de seu corpo (62%), a ideia de que a figura caracterizadamente masculinizada representa responsabilidade, tanto na universidade quanto no mercado de trabalho, e o questionamento da credibilidade das mulheres (38%) também estão nas falas e ações do ambiente do curso