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Abstract
A partir da perspectiva de Winnicott, este estudo visa mostrar que é possível, mas não fácil, discriminar se há doença num dado adolescente ou se ele apenas manifesta as características próprias do período que vive. A natureza das angústias que assolam o adolescente, especialmente aquele que teve um bom início, nos ajuda a entender as angústias psicóticas: em vias de abandonar a conhecida circunscrição do mundo familiar e lançar-se num mundo mais amplo, o adolescente é remetido às angústias primitivas. Ele não apenas ainda não se apropriou de seu corpo púbere, acossado pelos instintos e dotado agora de uma nova e assustadora potência, como também pouco sabe de si-mesmo, de sua identidade e dessa nova situação entre a infância recém-abandonada e o mundo adulto que o espera com expectativas. Nesse interregno mais ou menos longo, ele sofre de irrealidade e marasmos (doldrums) e luta para se sentir real. Além disso, se vê impelido por uma moralidade ferrenha, não em termos do que é socialmente estabelecido como bom e mau – exatamente o que ele despreza e contra o que se rebela –, mas em termos do que é sentido como real e do que é sentido como falso, o que o aproxima da esquizoidia.