I. F. Silva, Aline Felicio Rasteli, Thiago Demarchi Munhoz
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Abstract
Megaesôfago é o termo que se refere à dilatação e à hipomotilidade esofágicas, resultante de distúrbio congênito, adquirido ou idiopático. E sua ocorrência em gatos é considerada rara quando comparada em cães, sendo gatos siameses e seus mestiços os mais acometidos. Quando encontrada em gatos, geralmente, estão as anomalias do anel vascular, corpos estranhos ou espasmo pilórico. O tipo mais comum de anomalia do anel vascular é a persistência do arco aórtico direito, que corresponde a aproximadamente 95% dos pacientes diagnosticados com a malformação. Outros tipos de anomalia de anel vascular que mais raramente podem ser encontradas incluem o arco aórtico duplo, arco aórtico esquerdo, as artérias subclávias esquerda e direita persistentes e a persistência do ducto arterioso direito. A persistência do arco aórtico direito ocorre quando o arco aórtico embrionário direito, ao invés do esquerdo, torna-se a aorta funcional. Quando isso acontece, o esôfago fica constrito em um anel vascular composto pelo arco aórtico à direita, a artéria pulmonar e a base do coração ventralmente, e o ligamento arterioso dorsalmente e à esquerda. O esôfago é comprimido por esse anel vascular e começa a se dilatar cranialmente à medida que se acumula alimento. Os sinais clínicos são regurgitação, perda de peso progressiva, hiperexia, apetite depravado, desconforto e apatia após as refeições, desidratação e fraqueza. Sinais respiratórios podem estar presentes e associados a pneumonia por aspiração secundária ao megaesôfago. O diagnostico se dá pelos sinais clínicos, juntamente com o exame radiográfico simples e contrastado da região cervicotorácica, onde é possível a visualização do esôfago dilatado. Não existe cura para essa enfermidade, sendo preconizado o tratamento conservativo baseado no manejo alimentar do paciente. Protocolos com sondagem nasogástrica e gástrica podem auxiliar a nutrição do animal por um tempo e facilitar a administração de medicamentos. Quando presentes complicações secundárias ao megaesôfago, deve ser implementada a terapia de suporte necessária, assim como causas primárias do megaesôfago adquirido devem ser tratadas quando possível. Todos os animais com megaesôfago correm risco de óbito devido à pneumonia por aspiração. Quando a causa subjacente puder ser tratada pode ocorrer a involução ou atenuação do megaesôfago. O prognóstico é variável, a depender da resposta de cada animal ao tratamento instituído. O presente artigo relata um caso de megaesôfago congênito em felino, atendido em um Hospital Veterinário Escola do interior do Estado de São Paulo, que apresentava como principal sinal clínico a regurgitação e veio a óbito por pneumonia aspirativa.