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Abstract
A fórmula de páthos, um dos principais conceitos elaborados por Aby Warburg, consiste em figurativizações canônicas da exterioridade dos corpos, retomadas da Antiguidade pelo Renascimento, e que remetem à interioridade afetada por uma paixão. O historiador especificou o páthos do ciúmes e do herói, mas não chegou a denominar o páthos observado nas ninfas de vestes e cabelos esvoaçantes por ele analisadas em obras de Sandro Botticelli. Este artigo propõe que, nestas ninfas, o páthos é o do amor. A proposição se justifica pela presença de uma isotopia figurativa do amor nas obras de Botticelli e nas que influenciaram o pintor, conforme o trabalho mostra ao descrever e detalhar o percurso metodológico seguido por Warburg. O artigo exercita ainda a identificação da fórmula do amor em ninfas de manifestações contemporâneas e discute a ambivalência dos sentidos desta fórmula: o amor como sobredeterminação do prazer e do perigo.