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Abstract
Habermas levanta a pretensão de repensar a filosofia transcendental a partir da reviravolta linguística e articular a filosofia como um “pragmatismo kantiano”, pondo no centro a primazia da dimensão pragmática. No lugar da subjetividade transcendental da consciência se põe a “intersubjetividade destranscendentalizada” do mundo da vida. Isto revela uma tarefa fundamental da filosofia hoje: desempenhar o papel de “intérprete” entre as culturas especializadas, ciência, tecnologia, direito e moralidade, e as práticas comunicativas da vida cotidiana. Ele tem consciência de que a reinterpretação da esfera transcendental como nossas práticas intersubjetivas quotidianas trouxe de volta justamente os problemas que Kant pretendeu superar com a filosofia transcendental: o relativismo e o ceticismo. Habermas procura uma estratégia nova para enfrentar essas questões: a vinculação da pragmática transcendental ao que ele denomina de “naturalismo fraco” que vai levar a um primado genético da natureza em relação à cultura e garantir uma postura realista. Na realidade se trata, a partir de própria concepção habermasiana de metafísica, de uma proposta de vinculação entre pragmática transcendental e metafísica. O artigo procura mostrar o caráter problemático desta proposta.