{"title":"VAI TER PAI COM VAGINA SIM! DA (TRANS)PARENTALIDADE À TRANSFOBIA NA REPRESENTAÇÃO MASCULINA DE THAMMY MIRANDA EM UMA PROPAGANDA DE DIA DOS PAIS","authors":"Raphaella Freitas Petkovic de Carvalho Pereira","doi":"10.20873/uft.2526-8031.2021v5n1p69","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Ultimamente, o Brasil tem vivenciado um notório aumento no número de famílias compostas por pais LGBTQI+. Essas famílias são estigmatizadas pela sociedade, muitas vezes preconceituosa e heteronormativa, demonstrando uma grande necessidade de mudança de pensamentos e convicções sociais. Tomamos por base o anúncio na mídia digital da campanha de Dia dos Pais “#meupaipresente”, em julho, pela empresa de cosméticos Natura, tendo como uma das estrelas o empresário Thammy Miranda, um pai transgênero. A propaganda movimentou as redes sociais e provocou as mais diversas reações na mídia, desde apoio até comentários transfóbicos e pedidos de boicote à marca pela não concordância em Thammy representar a figura paterna, utilizando-se majoritariamente da questão biológica como argumento. Considerando que os conteúdos simbólicos são úteis para as transformações sociais, historicizando as questões atuais, desnaturalizando o preconceito e afastando a discriminação (Spink e Medrado, 2004) e que o gênero é uma construção social e não biológica (Butler, 1991), as conclusões deste artigo apontam que a existência de diversos núcleos familiares, inclusive com transgêneros - ou (trans)parentais - são uma realidade no Brasil, devendo ser representados e legitimados, inclusive midiaticamente, sem tomar por base estereótipos e preconceitos.","PeriodicalId":169168,"journal":{"name":"Aturá - Revista Pan-Amazônica de Comunicação","volume":"68 39","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-01-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Aturá - Revista Pan-Amazônica de Comunicação","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20873/uft.2526-8031.2021v5n1p69","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Ultimamente, o Brasil tem vivenciado um notório aumento no número de famílias compostas por pais LGBTQI+. Essas famílias são estigmatizadas pela sociedade, muitas vezes preconceituosa e heteronormativa, demonstrando uma grande necessidade de mudança de pensamentos e convicções sociais. Tomamos por base o anúncio na mídia digital da campanha de Dia dos Pais “#meupaipresente”, em julho, pela empresa de cosméticos Natura, tendo como uma das estrelas o empresário Thammy Miranda, um pai transgênero. A propaganda movimentou as redes sociais e provocou as mais diversas reações na mídia, desde apoio até comentários transfóbicos e pedidos de boicote à marca pela não concordância em Thammy representar a figura paterna, utilizando-se majoritariamente da questão biológica como argumento. Considerando que os conteúdos simbólicos são úteis para as transformações sociais, historicizando as questões atuais, desnaturalizando o preconceito e afastando a discriminação (Spink e Medrado, 2004) e que o gênero é uma construção social e não biológica (Butler, 1991), as conclusões deste artigo apontam que a existência de diversos núcleos familiares, inclusive com transgêneros - ou (trans)parentais - são uma realidade no Brasil, devendo ser representados e legitimados, inclusive midiaticamente, sem tomar por base estereótipos e preconceitos.