Dois casos de cerceamento à circulação de livros no Brasil no ano de 2021: o expurgo da Fundação Palmares e a falsificação de postagens do Padre Lancelotti

Este estudo discute a questão da censura a livros enfocando especificamente dois casos de tentativa de cerceamento à circulação de livros ocorridos no Brasil no ano de 2021, terceiro ano do governo federal de extrema direita de Jair Bolsonaro. Estes casos utilizaram diferentes estratégias: no primeiro deles, o da fundação Palmares, houve a censura a livros pelo impedimento de circulação dos mesmos através da realização do expurgo dos exemplares de uma biblioteca pública; e no segundo, o caso da postagem do padre Júlio Lancellotti, houve manipulação eletrônica de uma informação em que a indicação de um livro foi eliminada e substituída por outra indicação portadora de um sentido antagônico à proposição inicial. Em ambos os casos – um de cerceamento físico e outro de adulteração digital - a intenção autoritária é explícita: o objetivo das ações é e eliminar os livros e as ideias neles defendidas do espaço público, para que as ideias que os autoritários antidemocráticos propagam sejam as únicas difundidas.