História negra e o batismo de adultos escravizados em Taquari, Rio Grande do Sul

A mão de obra escravizada africana e crioula foi usada de forma significativa no sul do Brasil desde o século XVIII. Neste artigo o objetivo é apresentar as relações de parentesco ritual e fictício entre os escravizados adultos com seus respectivos padrinhos e madrinhas por meio da documentação histórica de registros de batismo da Paróquia de São José de Taquari, datados dos anos de 1805 a 1850. A abordagem teórica e conceitual da pesquisa se dá por meio do método onomástico e da micro-história. A partir da análise dos documentos uma lacuna historiográfica do sul do Brasil sobre o uso da mão de obra de pessoas escravizadas pode ser referida. Os elementos históricos investigados revelam estabelecimentos de relações de compadrio, de estratégias de proteção social e por outro lado, de mecanismo de controle senhorial.