A revista de exílio Chile-América e as redes transnacionais de denúncia e de resistência política (1974-1983)

Neste artigo investigamos a participação da revista chilena Chile-América nas redes transnacionais de direitos humanos que buscavam, fundamentalmente, denunciar os crimes cometidos pelo aparelho repressivo da ditadura militar chilena. Fundada em setembro de 1974, no exílio, por membros dos democratas cristãos, do MAPU e da esquerda cristã, com a participação de importantes nomes da política chilena exilados na Itália, como Bernardo Leighton, Julio Silva Solar, Esteban Tomic e José Antonio Viera-Gallo, Chile-América, a partir de sua sede em Roma, trabalhou em conjunto com partidos e quadros políticos progressistas, assim como com organizações humanitárias nacionais e internacionais. Em suas páginas, graças aos contatos estabelecidos dentro e fora do Chile, a revista publicou várias reportagens, especialmente de movimentos políticos chilenos e estrangeiros, bem como das comissões de direitos humanos de organizações transnacionais, e até produziu seus próprios relatórios sobre as práticas de violência política da ditadura. Portanto, vamos nos concentrar na análise das conexões estabelecidas pelos editores da revista nas redes políticas e de defesa dos direitos humanos através das quais o Chile-América atuou.