Fatores associados à dislipidemia em adultos assistidos pela Estratégia Saúde da Família em favela do Nordeste brasileiro

Dentre os fatores associados à dislipidemia, destacam-se os determinantes sociodemográficos, como escolaridade e renda e, nessa perspectiva, as populações menos favorecidas economicamente, como por exemplo as residentes em favelas, apresentam mais chances de serem acometidas pelas doenças crônicas não transmissíveis quando comparadas as de renda mais alta. Nesse sentido, considerando a escassez de estudos relacionados à prevalência de dislipidemia e seus fatores associados em habitantes de áreas faveladas, objetivou-se analisar os fatores associados à dislipidemia em adultos assistidos pela Estratégia Saúde da Família (ESF), residentes em área de favela, em Recife, Pernambuco. Estudo transversal, de base secundária. Analisaram-se possíveis associações da dislipidemia (hipercolesterolemia isolada ou hipertrigliceridemia isolada) com variáveis demográficas, socioeconômicas, comportamentais, composição corporal e morbidades, por meio de Regressão de Poisson, considerando-se valor de p<0,05. Dos 491 adultos, 46,2% apresentaram dislipidemia, sendo maior nos homens em relação às mulheres (RP=1,70; IC95%:1,41-2,03), com aumento progressivo a partir dos 30 anos, estabilizando a partir da faixa dos 40 anos. A prevalência foi maior entre aqueles insuficientemente ativos (RP=1,21; IC95%:1,01-1,45), com circunferência de cintura muito aumentada (RP=1,78; IC95%:1,36-2,34) e com pressão arterial aumentada (RP=1,35; IC95%:1,11-1,63). É preciso reforçar atividades de promoção da saúde no âmbito da ESF para a população investigada, bem como incentivar a prática de atividade física nas academias da saúde, além de divulga¬r informações relativas ao combate dos fatores associados à dislipidemia.