É possível utilizar o biossólido na produção de mudas de progênies de candeia?

A destinação final do lodo de esgoto é uma problemática ambiental agravada pelo crescimento populacional. Esse resíduo, após um processo de estabilização, é chamado de biossólido e pode ser utilizado na produção de mudas florestais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a sobrevivência e o crescimento de mudas de progênies selecionadas de Eremanthus erythropappus cultivadas em diferentes composições de substratos com biossólido. As sementes foram coletadas em uma árvore matriz de cada uma de cinco procedências (Carrancas, Baependi, Morro do Pilar, Delfim Moreira e Itabirito). A formulação dos substratos foi realizada com porcentagens crescentes de biossólido (0%, 30%, 60% e 90%), decrescentes de fibra de coco (90%, 60%, 30% e 0%), com uma porcentagem constante de vermiculita (10%). Aos 60 dias após a semeadura foi avaliada a sobrevivência e aos 120 dias foram mensurados a altura e diâmetro das mudas. Não houve interação entre as progênies e a formulação do substrato. As progênies diferiram em sobrevivência e altura, sendo a de Carrancas com os piores resultados. Existe um potencial de seleção de progênies na fase de muda. O substrato sem biossólido resultou em mudas com altura e diâmetro superiores. O uso de biossólido não é recomendado para mudas de Eremanthus erythropappus.