Purificação de amostras de cocaína apreendidas para o treinamento de cães farejadores da Polícia Militar da Bahia

O avanço no consumo de drogas é um dos principais problemas de saúde pública no mundo visto que, o número de usuários vem aumentando principalmente nos países em desenvolvimento. O Brasil é o maior mercado consumidor de cocaína da América do Sul. Diversos adulterantes e diluentes são adicionados à droga com a finalidade de aumentar o seu volume final. Em virtude da sua acentuada habilidade olfativa os cães militares são utilizados no processo de detecção de drogas ilícitas, contudo, o seu treinamento deve ser iniciado com a cocaína mais pura possível. Dessa forma, esse trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de uma metodologia para obtenção de cocaína com grau de pureza acima de 90%. Inicialmente foram testadas duas metodologias para purificação de amostras de cocaína apreendidas pela polícia militar da Bahia (PM-BA) na cidade de Vitória da Conquista-BA. Após purificação das amostras em meio aquoso e usando extração líquido-líquido, os resultados foram analisados por CLAE-DAD e CG-EM e indicaram uma pureza máxima de 63,54%, inferior ao desejado. Para o aumento da pureza da substância de interesse, foram desenvolvidas duas metodologias complementares de purificação, recristalização e cromatografia em coluna clássica acompanhada por cromatografia em camada delgada, sendo que o processo cromatográfico apresentou um produto com elevado teor de pureza (98,53 ± 0,12%). Dessa forma, os processos de purificação desenvolvidos constituem uma alternativa viável e eficaz para fornecimento de amostras de cocaína com elevado teor de pureza para Companhia Independente de Policiamento Especializado do Sudoeste (CIPE/Sudoeste) da PM-BA para utilização no treinamento de cães farejadores.