A ROTA CRÍTICA DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NA CIDADE DE PORCIÚNCULA/RJ DURANTE A PANDEMIA

O estudo objetivou conhecer a rota crítica de mulheres em situação de violência doméstica na cidade de Porciúncula/RJ, no período pandêmico. A pesquisa é exploratória, na qual a coleta de dados ocorreu por meio da análise dos boletins de ocorrência registrados pela 139ª Delegacia Policial de Porciúncula/RJ, além dos registros de atendimentos do CREAS. Evidenciou-se que, predominantemente, as mulheres buscaram primeiro a Delegacia do município, em seguida procuraram a Unidade Mista de Saúde para exames médicos e, por fim, se encaminharam ao CREAS para atendimento psicossocial. Foram identificados 49 registros de violência doméstica no CREAS. Observou-se que 51,0% dos atendimentos foram registrados em julho de 2020, sendo 53,06% realizadas, via telefone, pela própria vítima. A faixa etária média das mulheres atendidas variou de 22 a 60 anos, com 83,6% delas com ensino médio completo e 53,1%, desempregadas. Observou-se ainda um maior percentual de mulheres negras (75,5%); moradoras de zona rural (40,8%) e usuárias de substâncias como o cigarro (53,06%), álcool (63,26%) e substância psicoativas ativas ilícitas (20,40%). Conclui-se que a rota crítica para mulheres em situação de violência no município de Porciúncula apresenta-se satisfatória, mas há necessidade de ampliação dos serviços, como oferta de suporte psicológico e segurança às que se encontram em risco; além de suporte de alimentação e moradia para aquelas em situação de maior vulnerabilidade econômica. A criação de programas inseridos em uma rede de conexões comunitárias é uma forma de promoção da saúde, qualidade de vida e validação dos direitos humanos das mulheres.