INFLUÊNCIA DOS MÉTODOS DE INSENSIBILIZAÇÃO PRÉ ABATE SOBRE INDICADORES DE ESTRESSE EM BIJUPIRÁ (RACHYCENTRON CANADUM)

Introdução: A maricultura é uma alternativa mais sustentável de produção de proteína animal quando comparada as demais. Contudo, devido ao ambiente onde é realizada, elevado valor nutricional e comercial de seus produtos, requer práticas responsáveis. Além disso, os métodos de insensibilização pré-abate convencionais tornam o processo desumano e insustentável pelo sofrimento que é causado aos animais e pela alta demanda energética e hídrica. Objetivo: Comparar a influência de métodos de insensibilização pré abate nos indicadores de estresse de bijupirás. Materiais e Métodos: 24 bijupirás com peso médio de 2,02Kg (+ 0,21) obtidos em maricultura comercial em Ilha Grande - RJ, foram submetidos a hipotermia (H) e eletronarcose (E) – abate humanitário - como métodos de insensibilização pré abate. Foram coletadas amostras de sangue dos dois grupos (n=12) e avaliadas em níveis de glicose e lactato sanguíneo com o auxílio de Accuchek da marca Roche. Os dados foram submetidos à Análise de Variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey com nível de 5% de significância. Resultados: Durante um manejo, independentemente do seu fim, há ocorrências de alterações biológicas e homeostáticas no organismo do indivíduo. Por isso, observa-se que animais submetidos a hipotermia apresentaram glicemia significativamente maior que os submetidos a eletronarcose (226,66 + 0,6; 189,16 + 0,2 mmol/L respectivamente) assim como foi observado com os níveis de lactato sanguíneo (H = 4,11 + 0,8; E = 2,31 + 0,12). Conclusão: As práticas de manejo pré abate influenciam nos indicadores de estresse fisiológico de bijupirás. Por isso, pela ascensão e valorização de alimentos da maricultura que contemplem a preservação ambiental e bem estar animal durante a sua produção, recomenda-se a utilização do método de insensibilização eletronarcose. Ademais, essa prática pode ser utilizada, também, como método de contenção por efeito das possibilidades de retorno integral da homeostasia do indivíduo, inclusive do sistema nervoso, que a insensibilização contempla. Dessa maneira, o estudo de reprodução, coleta de dados e até mesmo clínica médica de animais marinhos podem ser viabilizados por esse tratamento.