Maria Ester Ferreira da Silva Viegas, C. J. S. Santos
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O artigo pretende discutir a condição dos deslocamentos populacionais forçados por causas ambientais, denominados “deslocados ambientais”, ou “refugiados ambientais'', oriundos do processo sociometabólico do capital. O afundamento e rachaduras no solo nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bom Parto e Bebedouro que ganharam visibilidade a partir de 2018, estão associados a atividade extrativa realizada pela empresa Braskem S.A, que explora o Salgema. O Serviço Geológico do Brasil (CPRM), concluiu em laudo técnico que a principal motivação para o aparecimento das rachaduras é atividade extrativista realizada pela Braskem ao longo de mais de 4 décadas. O risco se instalou como normalidade atingindo uma população de mais de 40 mil vítimas em uma tragédia geológica de grandes proporções. O percurso metodológico partiu do levantamento documental e bibliográfico sobre a temática; observação de campo; e acompanhamento diário dos noticiários e informações gerais sobre o processo de mapeamento e retirada dos moradores. Concluímos que a discussão sobre o desaparecimento dos bairros citados, não se trata mais de um caso de análise econômica da natureza e sim de problemas decorrentes do avanço técnico e econômico, nos quais tem sido privilegiado os interesses do capital hegemônico corporativo em detrimento das populações e da sociedade em geral.