Mykaella Cristina Araújo Margarida, B. V. D. E. Silva, Brunna Rodrigues de Oliveira, Sheila Araújo Teles, Vanessa Salete de Paula, Karlla Antonieta Amorim Caetano, Kamilla Cardoso Santos, Antoninho Barros Milhomem, Larissa da Silva Magalhães, M. Carneiro
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Observou-se baixa frequência de uso do preservativo nas relações sexuais oral e anal, com parcerias fixas e eventuais. Uma parcela significativa das participantes referiu ter sofrido violência física, sexual, psicológica e verbal. Rejeição familiar foi reportada por 62,5% e 82,6% referiram sexo com álcool. Do total, 12,1% referiram não fazer uso de serviços de saúde. 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Soroprevalência do herpes-vírus humano 1 e 2 em travestis e mulheres transexuais em Goiânia-Brasil
Resumo: Homens que fazem sexo com homens e pessoas transexuais são desproporcionalmente afetadas por infecções sexualmente transmissíveis em razão dos comportamentos de riscos e de sua posição de vulnerabilidade na sociedade. Assim, objetivou-se estimar a prevalência da infecção pelo herpes-vírus simples 1 e 2 e possíveis variáveis de risco associadas à infecção em população de mulheres transgêneras e travesti em Goiânia (GO). Estudo transversal realizado com 439 mulheres transexuais e travestis utilizando o método de amostragem Respondent Driven Sampling. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás e, após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foi aplicado um questionário com dados sociodemográficos e comportamentos de risco para infecções sexualmente transmissíveis e coletaram-se amostras de sangue para os ensaios. Todas as amostras foram submetidas a detecção dos marcadores sorológicos IgG anti- herpes-vírus simples 1/2 pelo ensaio imunoenzimático. O grupo foi composto majoritariamente de mulheres jovens, com até 30 anos de idade, solteiras, de cor não branca e que cursaram o ensino médio. A prevalência estimada para o herpes-vírus simples 1/2 foi de 97,7% (intervalo de confiança 95% 99,14-99,06); a maioria das mulheres iniciou a vida sexual com até 15 anos de idade e relatou mais de quatro parcerias sexuais nos últimos sete dias. Do total, 45,6% referiram ser profissionais do sexo e 43,7% já ter tido alguma infecção sexualmente transmissível. Observou-se baixa frequência de uso do preservativo nas relações sexuais oral e anal, com parcerias fixas e eventuais. Uma parcela significativa das participantes referiu ter sofrido violência física, sexual, psicológica e verbal. Rejeição familiar foi reportada por 62,5% e 82,6% referiram sexo com álcool. Do total, 12,1% referiram não fazer uso de serviços de saúde. Conclui-se que esses dados possam subsidiar melhorias no atendimento dessa população no âmbito da saúde pública considerando as especificidades identificadas e a alta prevalência de herpes-vírus simples encontrada em consonância com os comportamentos de riscos associados.