{"title":"Sociologia do turismo: pesquisa fenomenológica entre pescadores caboclos-pataxós em Ponta do Corumbau, Bahia, Brasil","authors":"Hélio Fernando Lôbo Nogueira da Gama","doi":"10.55905/oelv22n7-165","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Conceituamos turismo como um fenômeno social que se realiza com a viagem de turistas a lugares, expressão da era industrial capitalista moderna que envolve a oferta de serviços econômicos de hospitalidade, cuja racionalidade impacta dimensões espaciais, ambientais, socioculturais, morais e (geo)políticas de países e comunidades hospedeiras. Problematizar o turismo como fator de progresso é o nosso objeto de estudos. A região de Corumbau, em pataxó Umitiurru, possui um lugar de pescadores artesanais que, do tupi, significa “final do mundo, começo da terra”, simbolismo à ponta de areia que adentra ao oceano e só é visível na maré baixa, daí a Ponta do Corumbau. A comunidade de caboclos e índios lutou e passou a sediar a segunda Reserva Extrativista Marinha do Brasil. 0s objetivos da pesquisa fenomenológica foram analisar unidades de significados de narrativas de moradores sobre a ideia de progresso e sua relação com turismo. A tendência da perda do espaço é a principal preocupação quanto à desagregação comunitária, em que pese a unanimidade dos entrevistados quanto ao fenômeno turismo como portador de benefícios. A identidade étnica, o histórico da luta social, a consciência política e ecológica, são fatores de contra tendências e pela sustentabilidade do lugar, cuja singularidade motiva a ocorrência de um turismo que se realiza entre ambientes ecológicos protegidos pelo Estado, por empreendedores particulares e sob a presença de organizações ambientalistas. Progresso como significando qualidade de vida, consciente e sustentável, em que a atividade extrativista sazonal é simbiótica com a do fenômeno turismo, é a nossa meta-compreensão.","PeriodicalId":508318,"journal":{"name":"OBSERVATÓRIO DE LA ECONOMÍA LATINOAMERICANA","volume":"33 11","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-07-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"OBSERVATÓRIO DE LA ECONOMÍA LATINOAMERICANA","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.55905/oelv22n7-165","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Conceituamos turismo como um fenômeno social que se realiza com a viagem de turistas a lugares, expressão da era industrial capitalista moderna que envolve a oferta de serviços econômicos de hospitalidade, cuja racionalidade impacta dimensões espaciais, ambientais, socioculturais, morais e (geo)políticas de países e comunidades hospedeiras. Problematizar o turismo como fator de progresso é o nosso objeto de estudos. A região de Corumbau, em pataxó Umitiurru, possui um lugar de pescadores artesanais que, do tupi, significa “final do mundo, começo da terra”, simbolismo à ponta de areia que adentra ao oceano e só é visível na maré baixa, daí a Ponta do Corumbau. A comunidade de caboclos e índios lutou e passou a sediar a segunda Reserva Extrativista Marinha do Brasil. 0s objetivos da pesquisa fenomenológica foram analisar unidades de significados de narrativas de moradores sobre a ideia de progresso e sua relação com turismo. A tendência da perda do espaço é a principal preocupação quanto à desagregação comunitária, em que pese a unanimidade dos entrevistados quanto ao fenômeno turismo como portador de benefícios. A identidade étnica, o histórico da luta social, a consciência política e ecológica, são fatores de contra tendências e pela sustentabilidade do lugar, cuja singularidade motiva a ocorrência de um turismo que se realiza entre ambientes ecológicos protegidos pelo Estado, por empreendedores particulares e sob a presença de organizações ambientalistas. Progresso como significando qualidade de vida, consciente e sustentável, em que a atividade extrativista sazonal é simbiótica com a do fenômeno turismo, é a nossa meta-compreensão.