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Abstract
As contribuições da Cartografia Escolar para o desenvolvimento do raciocínio geográfico e para a interpretação da espacialidade dos fenômenos são exploradas neste artigo, a partir de uma experiência com estudantes do ensino fundamental de uma escola pública municipal do Rio de Janeiro. Partimos dos referenciais da Teoria Histórico-cultural, da construção de mapas vivenciais e dos multiletramentos em cartografia, encaminhando a proposta na contramão da produção e do ensino de uma cartografia tecnicista, pretensamente objetiva, fundamentada em cálculos e convenções comprometidos com a ideia de precisão. Neste sentido, valoriza-se o espaço vivido, a subjetividade, a criatividade e autoria dos discentes, tal como, a fantasia e a ludicidade. A experiência consistiu na elaboração coletiva, colaborativa e itinerante de um mapa denominado “Continente fantástico" (fazendo referência à proposta de uma cartografia do fantástico), que “percorreu” as turmas de sexto, sétimo e oitavo ano de uma escola municipal localizada nas adjacências da favela da Maré, na cidade do Rio de Janeiro. Verificamos a produção de uma cartografia fantástica e de narrativas densas de espacialidade que comunicavam informações de um espaço geográfico real-ficcional não-estático, em construção, não-concluído. Portanto, a construção de cartografias fantásticas no âmbito de mapas vivenciais amplia as possibilidades de um ensino de Geografia comprometido com o desenvolvimento de uma cidadania crítica e ativa, que lança mão da imaginação para criar não apenas contos de ficção, mas, outros espaços – espaços para outras relações sociais – onde a autonomia e a participação podem florescer para a democracia.