A Construção de Narrativas com Estudantes de Classes Desfavorecidas da Universidade Pública

Abstract

A Universidade de São Paulo (USP) adotou medidas que estimularam o ingresso de estudantes pertencentes a grupos socioeconomicamente minoritários a partir de 2016, quando houve uma mudança histórica na seleção de alunos e alunas: a adesão ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), cuja proposta era que as instituições públicas de Ensino Superior atrelassem parte de suas vagas ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado pelo MEC. O método da reserva de vagas adotado estipulou que a entrada pelo Sisu não ultrapassasse 30% das vagas de cada curso,44 e as unidades individualmente puderam deliberar sobre sua adesão. Assim, das 42 unidades de ensino e pesquisa, 32 aderiram ao Sistema, totalizando 13,5% das vagas nos cursos de graduação naquele ano. Dois anos mais tarde, em 2018, o Conselho Universitário finalmente aceitou a introdução de políticas afirmativas no vestibular da Fundação Universitária para o Vestibular (FUVEST), adotando um sistema de cotas sociais e raciais na sua própria seleção. Com a adoção da medida, 37% das vagas do vestibular foram destinadas aos egressos