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Abstract
Este artigo analisa fotografias retiradas de “arquivos” familiares, apresentadas por Samuel Gomes em um vídeo publicado no canal Guardei no Armário, no YouTube. Abordamos a relação de sujeitos racializados com as (im)possibilidades tecnológicas instauradas pelo sistema fotográfico de produção, considerando-as para além da intenção inicial do vídeo de celebração e rememoração. A partir das reflexões de Didi-Huberman, observaremos essas imagens como testemunhos, atos de fala, que nos revelam muito sobre as condições nas quais essas imagens foram produzidas. Constatamos que o racismo impregnado nos aparelhos contribui para que a consolidação de um padrão do que é belo subsidiado na branquitude. A configuração tecnológica racista se torna um obstáculo à construção de memória das pessoas negras, dificultando a preservação de registros familiares para sujeitos racializados por meio das fotografias, apagando traços e singularidades de quem compõe a maior parte do povo brasileiro.
本文分析了塞缪尔·戈梅斯(Samuel Gomes)在YouTube频道Guardei no armario上发布的一段视频中从家庭“档案”中拍摄的照片。我们讨论了种族化的主体与摄影制作系统建立的技术可能性之间的关系,考虑到它们超出了庆祝和纪念视频的最初意图。从狄迪-休伯曼的反思中,我们将观察这些图像作为证词,言语行为,揭示了很多关于这些图像产生的条件。我们发现,种族主义渗透在设备中,有助于巩固一种模式,即什么是美丽的补贴在白色。种族主义的技术配置成为黑人记忆构建的障碍,使通过照片保存种族化主体的家庭记录变得困难,抹去了构成大多数巴西人的特征和奇点。