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Abstract
Este texto examina a maneira como Benjamin e Foucault, a partir da leitura de diferentes páginas do primeiro livro de O Capital, trataram de modo diverso (mas complementar) o problema da sujeição dos vivos à moderna relação de capital. Tendo como pano de fundo as páginas clássicas em que Marx conduz o leitor ao “laboratório secreto da produção”, em La societé punitive e em Surveiller et punir, Foucault investiga genealogicamente a constituição do sujeito produtivo e os processos de “acumulação dos corpos” necessários à “acumulação do capital”. Ao reler as conhecidas passagens marxistas sobre o fetichismo das mercadorias, em Baudelaire e Passagenwerk, Benjamin reconstrói, ao contrário, uma arqueologia do moderno que analisa a maneira em que as mercadorias, com sua fantasmagoria e suas promessas de felicidade, visam imprimir a relação do capital na subjetividade individual e coletiva.