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Abstract
A produção ficcional de João Paulo Borges Coelho representa hoje um importante contributo para o repensar das questões identitárias no espaço moçambicano, através da recuperação da memória coletiva, quer pré quer pós-independência. No presente ensaio, proceder-se-á à análise de Água. Uma novela rural (2016), na qual o autor retoma a representação dos rios como uma metáfora central na construção da narrativa, observando os modos de construção de uma reflexão pertinente sobre a construção das identidades, numa relação complexa entre tradição e modernidade, campo e cidade, nativo e estrangeiro, novo e velho. A situação de seca extrema que se vive na aldeia agudiza os conflitos sociais latentes, e a novela desenvolve-se num diálogo pontuado pela perplexidade e pelas contradições, à semelhança da própria água que, avisa o narrador logo no início da novela, não é de fiar. Escassa no início, torrencial depois, a água pontua a vida das gentes e assinala a chegada de um tempo em que as fronteiras se esboroam e todas as mestiçagens se fazem necessárias.